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Nova retaliação da China às tarifas de Trump; vendas do varejo e ata do Fed: o que move o mercado

Após novas tarifas de retaliação, os produtos chineses importados pelos EUA serão taxados em 104%

Trump e Powell (Saul Loeb/AFP)

Trump e Powell (Saul Loeb/AFP)

Publicado em 9 de abril de 2025 às 07h39.

Última atualização em 9 de abril de 2025 às 08h28.

O clima nos mercados globais segue tenso nesta quarta-feira, 9, com a escalada da guerra comercial entre as principais economias do mundo. No começo da manhã, o Ministério das Finanças da China anunciou tarifas de 84% sobre produtos importados dos Estados Unidos. Isso é uma resposta às tarifas de 104% aos produtos chineses importados aos EUA, como já havia sido anunciado pelo presidente Donald Trump.

Também nesta manhã, começou a ser aplicada uma tarifa de 25% do Canadá sobre veículos americanos. Já na Europa, os países da União Europeia estão reunidos para aprovar a lista de contramedidas em resposta à tarifa de 20% imposta por Washington.

O risco de novas retaliações por parte da China agrava o temor de recessão global, enquanto o Brasil começa a sentir os impactos da turbulência externa. O Ibovespa caiu 1,32% na véspera, aos 123.931 pontos, acumulando perdas superiores a 7 mil pontos nos últimos quatro pregões. O dólar comercial avançou 1,46%, a R$ 5,997, e chegou a ultrapassar os R$ 6 na máxima do dia.

No radar

Nesta quarta-feira, o IBGE divulga, às 9h, os dados de volume de vendas do varejo e o índice de preços ao produtor de fevereiro. Um pouco antes, às 8h30, o Banco Central publica os dados de estoque de crédito e fluxo cambial.

Nos Estados Unidos os investidores aguardam a ata da última reunião do Federal Reserve, às 15h, que pode trazer pistas sobre os próximos passos da política monetária. À noite, a China divulga os números de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) de março.

No campo político, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, tem reuniões com o presidente do Comsefaz e com colegas da Casa Civil e do Trabalho. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, à tarde, da IX Cúpula da CELAC, em Honduras.

O cenário doméstico também ganhou uma nova tensão após o pedido de demissão de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações, na terça-feira, 8. A saída ocorreu após a PGR apresentar denúncia contra o ex-ministro por suspeita de desvio de emendas parlamentares. Essa é a primeira denúncia que atinge diretamente um integrante do alto escalão do governo Lula, e deve aumentar a pressão política sobre o Planalto.

Mercados internacionais

Na Ásia, os mercados fecharam em queda após a entrada em vigor das tarifas de Trump. No Japão, o Nikkei 225 caiu 3,93% e o Topix recuou 3,4%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 recuou 1,8%.

Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 1,74% e já acumula desvalorização superior a 20% desde julho. O índice de small caps Kosdaq também caiu 2,29%.

Na contramão, Hong Kong teve desempenho positivo: o Hang Seng subiu 0,68%, impulsionado pelo índice de tecnologia, que avançou 2,64%. O chinês CSI 300, de Xangai, registrou alta de 0,99%.

Na Europa, os principais índices abriram em forte baixa, revertendo o movimento positivo da véspera. O Stoxx 600, que reúne as maiores empresas do continente, recuava 3,08% por volta das 9h42 em Londres, com todos os setores e bolsas regionais no vermelho.

Entre os destaques negativos, os setores de saúde, mineração e petróleo lideravam as perdas, com quedas de 4,5%, 3,3% e 4,2%, respectivamente.

Os principais índices nacionais também estão em queda: o CAC 40 (França) cai 2,7%, o DAX (Alemanha) recua 3,1% e o FTSE 100 (Reino Unido) tem baixa de 2,6%.

Nos Estados Unidos, o cenário é o mesmo. Os contratos futuros atrelados ao Dow Jones recuam 1,54%, enquanto os do S&P 500 e do Nasdaq-100 caem 1,53% e 1,21%, respectivamente.

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