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Equatorial vende ativos de transmissão por R$ 10 bilhões e melhora estrutura de capital

Companhia reduziu alavancagem com operação de venda para Verene Energia

Monet: ativos de transmissão têm alto valor e demanda pelo mercado (Ueslei Marcelino/Reuters)

Monet: ativos de transmissão têm alto valor e demanda pelo mercado (Ueslei Marcelino/Reuters)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 7 de abril de 2025 às 11h54.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 12h04.

A Equatorial Energia anunciou, no início de abril, a venda de seus ativos de transmissão para a Verene Energia, empresa controlada pela Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ), por R$ 10 bilhões. O negócio, que envolve sete unidades de transmissão adquiridas em 2016 e 2017, foi bem-recebido por analistas dos bancos de investimento, sendo considerado um movimento estratégico para a redução da alavancagem da companhia.

A transação inclui um valor de empresa de R$ 9,4 bilhões, com uma dívida líquida ajustada de R$ 4,2 bilhões. A venda, que ainda depende da conclusão até o final de 2025, terá um impacto direto na estrutura de capital da Equatorial, com a redução da relação dívida líquida/Ebitda em 0,5x, passando de 3,3x para 2,8x.

O time do Santander destaca que “a venda ajuda a Equatorial a melhorar sua estrutura de capital e reduzir o nível de alavancagem, o que é positivo para a empresa, especialmente em um cenário de altas taxas de juro.”

O BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) classificou os ativos de transmissão como uma “pintura de Monet”, o banco se referiu à alta liquidez e ao valor atrativo dos ativos, apontando que “a venda foi facilitada pela demanda do mercado.” A analogia à pintura de Monet destaca o fato de que, assim como uma obra de arte reconhecida e valorizada, os ativos de transmissão da Equatorial são extremamente desejados e possuem alto valor, o que garantiu uma venda rápida e vantajosa em qualquer momento de mercado.

Em análise, o Safra também vê a transação de maneira positiva, destacando que “a operação foi realizada sob bons termos, alinhada com a estratégia de reciclar ativos maduros para dar espaço a novos investimentos”. A venda tem como objetivo melhorar a estrutura de capital da empresa, permitindo-lhe investimentos em segmentos com maior potencial de crescimento, como saneamento e distribuição.

Para a Equatorial, a transação representa não apenas uma oportunidade de reduzir o endividamento, mas também um passo na reestruturação de seus negócios. A empresa pretende utilizar os recursos liberados para investir em segmentos estratégicos como saneamento e distribuição, áreas com grande potencial de crescimento no futuro.

A venda reforça a visão positiva do mercado sobre a Equatorial, que, apesar de uma rentabilidade limitada nos ativos de transmissão, consegue dar um passo importante na melhoria de sua estrutura de capital e no fortalecimento de sua posição no mercado. Os analistas do Safra, afirmam que “essa transação deve ser bem recebida pelo mercado, pois melhora a alavancagem e se alinha com a estratégia de focar em áreas mais promissoras.”

O movimento de reciclagem de ativos, aliado à redução da alavancagem, deve manter a Equatorial como uma das principais opções para investidores em busca de empresas resilientes e bem posicionadas no setor de infraestrutura, de acordo com os bancos.

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