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Entrega do Orçamento de 2024, Senado aprova Carf, inflação do Fed, e o que mais move o mercado

Governo ainda precisaria arrecadar mais R$168 bilhões para zerar déficit fiscal, segundo Simone Tebet; aprovação no Senado contribui com planos do governo

Simone Tebet em entrevista para a imprensa no Senado Federal (Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda/Flickr)

Simone Tebet em entrevista para a imprensa no Senado Federal (Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda/Flickr)

Publicado em 31 de agosto de 2023 às 08h07.

Última atualização em 31 de agosto de 2023 às 10h24.

As pautas econômicas de Brasília voltam ao foco dos investidores nesta quinta-feira, 31, último dia para a entrega do Projeto Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024. O documento deverá ser entregue até às 16h, segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Orçamento de 2024

O PLOA define o tamanho do orçamento de cada ministério do governo e os recursos para benefícios previdenciários, programas sociais, como o Bolsa Família, além de recursos para investimentos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A proposta também determina os recursos para bancar o Judiciário e o Legislativo.

Incertezas sobre uma eventual mudança na meta fiscal abalaram os negócios no mercado brasileiro no último pregão. O Ibovespa não conseguiu acompanhar o quarto pregão de alta nos Estados Unidos e fechou em queda de 0,73%.

Apesar das inseguranças do mercado, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que a PLOA irá prever déficit primário zero. Tebet, contudo, admitiu que para alcançar a mata ainda seriam necessários mais R$ 168 bilhões de arrecadação.

Nas contas de Tebet, estavam o potencial de arrecadação extra com decisões favoráveis à União no Conselho de Administração de Recursos Fiscais, o Carf.

Senado aprova voto de qualidade no Carf

A boa notícia nessa frente foi a aprovação na última noite, no Senado, do projeto que lei que dá ao representante do governo o voto de desempate em disputas no Carf. As estimativas indicam que o "voto de qualidade" aumentaria a arrecadação do governo entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões.

Dados de inflação e atividade repercutem no exterior

Enquanto as discussões fiscais seguem vivas no mercado brasileiro, no exterior, são as perspectivas para as políticas monetárias que dão as cartas.

Dados abaixo do esperado para a atividade econômica dos Estados Unidos aumentaram as esperanças de um Federal Reserve menos agressivo, com leve recuo na probabilidade de uma nova alta de juros até o fim do ano. O PIB do segundo trimestre foi revisado de 2,4% de crescimento para 2,1%. Os números de criação de empregos privados do ADP, conhecidos como prévia do payroll, também ficaram abaixo das expectativas.

Nesta quinta, porém, as atenções estarão com a divulgação do Índice de Preço Sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de julho. O dado é a principal referência para as políticas do Fed e segue bem acima da meta de 2%. O consenso para o PCE mensal de julho é de 0,2% de alta e para o anual, de 3,3%. O núcleo do PCE, formado por itens menos voláteis, deve sair ainda maior, com 4,2% de alta em relação ao mesmo período do ano passado e com 0,2% frente ao mês passado.

Inflação mais alta na Europa

Índices futuros americanos iniciaram o dia em alta. O tom também é positivo na Europa, embora dados da inflação europeia tenham saído acima das expectativas nesta manhã. O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) de agosto ficou em 0,6% e em 5,3% frente ao mesmo período do ano passado. A expectativa era de 0,4% de alta no mês e de 5,1% na comparação anual. 

*Com contribuição de Antonio Temotéo

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