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Engie (EGIE3) compra hidrelétricas da EDP e da CTG por R$ 3 bilhões

Localizadas entre o Amapá e o Pará, usinas de Cachoeira Caldeirão e Santo Antonio do Jari fortalecem posição da companhia no segmento hídricos e alonga seu prazo médio de concessões

Sattamini, CEO da Engie: Fortalecimento da posição no setor elétrico e foco em hidrelétricas (Leandro Fonseca/Exame)

Sattamini, CEO da Engie: Fortalecimento da posição no setor elétrico e foco em hidrelétricas (Leandro Fonseca/Exame)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 22 de março de 2025 às 10h10.

A geradora de energia Engie (EGIE3) anunciou a compra de duas hidrelétricas que pertenciam à EDP e à China Three Gorges (CTG Brasil), por quase R$ 3 bilhões – numa transação que fortalece sua posição no segmento hídrico e alonga seu prazo médio de concessões.

A companhia de controle francês está comprando a usinas de Santo Antônio do Jari, no Rio Jari, na fronteira entre o Amapá e o Pará, além de Cachoeira Caldeirão, que fica no Rio Araguari, também no Amapá, adicionando pouco mais de 612 MW de capacidade.

Em ambos os casos, a geração de energia está integralmente vendida em contratos de longo prazo no mercado regulado.

A hidrelétrica de Santo Antônio do Jari tem 393 MW de capacidade instalada e 211 MW médios de capacidade comercial. Começou sua operação em 2014, numa concessão que vence em outubro de 2045.

A energia vendida em dois leilões de energia nova: 190 MW médios em 2010 a R$ 230,42/MWh e 20,9 médios em 2012, ao preço de R$ 161,43/MWh.

A usina de Cachoeira Caldeirão, por sua vez, tem 219 MW de capacidade instalada e 123 médios de capacidade comercial. Começou a operar em 2016, com outorga que vale até agosto de 2048. A contratação integral da capacidade aconteceu no leilão de 2012, a R$ 187,63/MWh.

Segundo a Engie, a transação é estimada em R$ 2,96 bilhões, dos quais R$ 2,29 bilhões em equity e R$ 671 milhões em assunção de dívidas dos ativos.

Os valores envolvidos poderão ser modificados de acordo com o atingimento de determinadas condições previstas no contrato (earn-out), estando sujeitos a ajustes até a data do fechamento da operação.

A operação ainda depende da aprovação em assembleia de acionistas, bem como do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“A operação criará valor aos acionistas ao nos permitir alocar capital em ativos já operacionais e com receitas seguras e de longo prazo, com bom equilíbrio entre riscos e retornos, onde poderemos aplicar também toda nossa reconhecida expertise em hidrelétricas”, disse o CFO da Engie, Eduardo Takamori, em fato relevante.

No mesmo documento, o CEO Eduardo Sattamini acrescentou que a aquisição está alinhada ao foco estratégico do fortalecimento da posição da Engie no setor elétrico, aumentando o peso das hidrelétricas no seu parque gerador.

Ao fim de 2024, a Engie tinha 9,5 mil MW de capacidade instalada, espalhada em 115 usinas. A maior parte dessa capacidade, 67%, estava em usinas hidrelétricas.

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