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Enel planeja vender US$ 22 bilhões em ativos para cortar dívida

A Enel também foi prejudicada nos últimos anos por custos mais altos em meio à crise energética

Enel: a dívida da Enel somava 69,7 bilhões de euros no fim de setembro (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Enel: a dívida da Enel somava 69,7 bilhões de euros no fim de setembro (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 22 de novembro de 2022 às 11h22.

A Enel tem planos de vender ativos no valor de até 21 bilhões de euros (US$ 22 bilhões) para reduzir a pilha recorde de dívidas, o que levaria a empresa a sair de mercados na América do Sul e Europa.

A maior concessionária da Itália, que divulgou um alerta sobre o lucro no início do mês, enfrenta o crescente endividamento após uma onda de aquisições para aumentar a produção de energia renovável. A Enel também foi prejudicada nos últimos anos por custos mais altos em meio à crise energética, secas que reduziram a oferta de energia hidrelétrica e menor demanda por causa da pandemia.

Ainda há desafios pela frente, disse o CEO Francesco Starace nesta terça-feira em uma apresentação de estratégia, citando os altos preços do gás e a ação do governo para lidar com a crise. O executivo espera “pelo menos alguns anos de turbulência” e, como resultado, a empresa agora “adota uma abordagem mais conservadora”.

A dívida da Enel somava 69,7 bilhões de euros no fim de setembro. Os ativos que serão colocados à venda resultarão na saída da elétrica da Argentina, Peru e Romênia. Daqui em diante, a Enel planeja se concentrar em seis grandes mercados, entre eles Itália, Estados Unidos e Brasil.

A Bloomberg News informou no início do mês que a Enel trabalhava em um plano de alienação de ativos, o que incluía a potencial venda de suas operações no Peru. Os ativos no mercado peruano, que podem ser avaliados em cerca de US$ 5 bilhões, já atraíram o interesse de pretendentes estratégicos e fundos de investimento, disse uma pessoa com conhecimento do assunto na época.

No início do mês, a Enel cortou sua estimativa para o lucro líquido ajustado este ano para uma faixa entre 5 bilhões e 5,3 bilhões de euros, pois as atividades na Itália devem sofrer mais do que outros mercados regionais com a crise de energia.

A empresa pretende reduzir a dívida para 58 bilhões a 62 bilhões de euros até o fim de dezembro e, em seguida, cortar o montante para 51 bilhões a 52 bilhões de euros até o final de 2023.

A concessionária manteve a meta de lucro líquido ajustado para o próximo ano entre 6,1 bilhões e 6,3 bilhões de euros, depois de reduzir a projeção no início de novembro citando o impacto da crise energética.

Starace, de 67 anos, disse que pode buscar um quarto mandato para comandar a estatal quando seu atual terminar no segundo trimestre do ano que vem. Sob sua liderança, o valor de mercado da Enel havia aumentado 32%, para 51,7 bilhões de euros até segunda-feira.

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