Banco Central da China (Jason Lee/File Photo/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de abril de 2020 às 10h48.
Os bancos da China aceleraram fortemente o ritmo de liberação de empréstimos em março, à medida que o governo do país se mobilizou para reativar a economia após impor medidas de bloqueio para conter o avanço do coronavírus.
Dados do Banco do Povo da China (PBoC, o Banco Central chinês) mostraram nesta sexta-feira, 10, que os bancos do país concederam 2,85 trilhões de iuanes (404,64 bilhões de dólares) em empréstimos no mês passado. É mais do que o triplo do montante de 905,7 bilhões de iuanes registrado em fevereiro.
O resultado de março ficou bem acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 1,9 trilhão de iuanes em novos empréstimos.
O financiamento social total, uma medida mais ampla do crédito na economia chinesa, também disparou entre fevereiro e março, de 855,4 bilhões de iuanes para 5,16 trilhões de iuanes.
Já a base monetária da China (M2) teve acréscimo anual de 10,1% em março, bem maior do que o ganho de 8,8% verificado em fevereiro. Economistas projetavam avanço significativamente menor, de 8,9%.
A economia da China tenta lentamente voltar a avançar após meses paralisada em meio à pandemia de coronavírus. Nos primeiros dois meses do ano, a economia chinesa foi duramente afetada pelo vírus, com quedas de mais de 20% em setores como varejo e indústria.
Os números parecem ter sido mais positivos em março. Dos índices já divulgados até agora, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da China subiu para 52 em março ante a mínima recorde de 35,7 em fevereiro, segundo a Agência Nacional de Estatísticas. O índice ficou acima de 50, marca que representa contração.
Nesta semana, a cidade de Wuhan, onde o vírus foi identificado pela primeira vez, começou a suspender sua quarentena. O número de novos casos na China está relativamente estabilizado há semanas. Na manhã desta sexta-feira, eram 82.940 casos, o que deixa o país atrás de Estados Unidos, Itália, França e Alemanha em número de casos confirmados.