As ações da Fiserv encerraram a sessão em queda de 7,66% (Yuichiro Chino/Getty Images)
Redatora
Publicado em 31 de outubro de 2025 às 05h44.
A Fiserv perdeu cerca de US$ 30 bilhões em valor de mercado após reação negativa de clientes às taxas cobradas pelo sistema de ponto de venda Clover, principal produto da companhia de tecnologia de pagamentos. A desvalorização ocorreu depois que o CEO Mike Lyons anunciou mudanças na política de preços e revisou para baixo as metas de lucro, provocando uma queda histórica de 44% nas ações.
Lyons, que assumiu o comando no início de 2025, afirmou que pretende reverter alterações de cobrança implementadas anteriormente e reorganizar a estratégia tecnológica da empresa.
O executivo substituiu Frank Bisignano, que deixou a Fiserv em maio para integrar o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O ex-CEO havia projetado grande parte do crescimento futuro da empresa com base na expansão do Clover, o que agora é revisto internamente.
A nova previsão financeira ampliou a perda de confiança dos investidores e fez com que os papéis da companhia voltassem a cair nesta quinta-feira, 30. As ações da Fiserv encerraram a sessão em queda de 7,66%, cotadas a US$ 65,19, depois de um fechamento anterior em US$ 70,60. Durante o dia, os papéis oscilaram entre US$ 64,52 e US$ 76,65, registrando o menor nível do ano.
As reclamações se concentram em taxas consideradas excessivas cobradas pelo Clover, levando muitos comerciantes a migrar para plataformas concorrentes como o Square, da Block Inc., e o Toast Inc.
Em teleconferência com analistas, Lyons admitiu que os problemas da companhia estão ligados à própria gestão. “Descobrimos que nossos desafios são em grande parte causados por nossas próprias ações”, disse.
Os resultados do terceiro trimestre mostraram uma queda de 3% na receita da divisão de soluções financeiras, que fornece tecnologia para bancos e cooperativas de crédito.
As margens operacionais recuaram para 42,5%, cerca de cinco pontos percentuais a menos que no mesmo período do ano anterior.
A crise evidenciou falhas de precificação e metas de crescimento superestimadas herdadas da administração anterior. Analistas afirmam que o foco em ganhos de curto prazo comprometeu a fidelidade dos clientes e o desempenho sustentável da fintech.