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Empresa de rastreamento Sascar entra com pedido de IPO

Companhia chamou atenção para "a resiliência do modelo de negócios" ao divulgar um avanço anual de 23,8% na receita líquida entre 2010 e 2012


	Caminhão em rodovia: Sascar trabalha com o rastreamento de veículos e cargas
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Caminhão em rodovia: Sascar trabalha com o rastreamento de veículos e cargas (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2013 às 17h00.

São Paulo - A Sascar, empresa de rastreamento de veículos e cargas, entrou com pedido de registro para realizar sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nesta terça-feira, um dia após a companhia aérea Azul protocolar a desistência de igual operação citando condições desfavoráveis do mercado.

No prospecto preliminar disponibilizado no site da Comissão de Valores Mobiliários, a Sascar chamou a atenção para "a resiliência do modelo de negócios da companhia" ao divulgar um avanço anual de 23,8 por cento na receita líquida entre 2010 e 2012, "em um período em que a economia brasileira cresceu, na média, 1,8 por cento ao ano".

A Sascar teve o controle comprado pela GP Investments em março de 2011, quando a companhia de investimentos em participações desembolsou 168 milhões de reais por uma fatia de 53,5 por cento da empresa. No fim do primeiro semestre, a participação da GP havia caída para 44,2 por cento, de acordo com dados do resultado trimestral da empresa. O grupo paranaense JCR também integra a base de acionistas da Sascar.

A Sascar informou no prospecto que o IPO envolverá a distribuição primária e secundária de ações ordinárias, e que os recursos serão destinados ao caixa da empresa e aos acionistas vendedores, respectivamente.

Dos recursos que ingressarem no caixa da companhia, 80 por cento serão destinados ao financiamento de aquisições, e os outros 20 por cento serão utilizados no reforço da estrutura de capital da empresa, disse a Sascar no prospecto.

O valor total da oferta e a faixa de preço estimada para os papéis ainda não foram revelados, assim como a data prevista para a operação.

A Sascar possui operações em mais de 3 mil municípios no país e atende aproximadamente 18 mil empresas, monitorando mensalmente mais de 210 mil veículos e 10 mil cargas.


"Acreditamos sermos líderes no fornecimento de soluções de rastreamento voltadas para gestão de frotas e ativos móveis no Brasil", disse a companhia no prospecto, acrescentando que opera "um modelo de negócio com base em contratos que geram receitas mensais recorrentes, reajustáveis pela inflação anualmente e cujo prazo médio é superior a 24 meses".

Em 2012, a receita líquida combinada da companhia chegou a 229,9 milhões de reais. No mesmo período, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado combinado foi de 83,9 milhões de reais, com margem de 36,5 por cento.

Já no primeiro semestre, a receita líquida consolidada da empresa avançou 16,4 por cento ante igual período do ano passado, para 132,3 milhões de reais, com margem Ebitda ajustada de 38,3 por cento.

O BTG Pactual será o coordenador líder da oferta, com o Credit Suisse, Itaú BBA, Bank of America Merrill Lynch e Bradesco BBI também atuando como coordenadores.

Revisão de Planos

O pedido de registro da Sascar vai na contramão de um movimento recente no mercado brasileiro: além da Azul ter divulgado a desistência de seu IPO na quinta-feira, a Votorantim Cimentos, maior produtora do insumo no país, retirou na semana passada sua intenção de fazer uma oferta pública de ações avaliada inicialmente em 10,3 bilhões de reais.

No ano, a Queiroz Galvão Óleo e Gás, a estatal de água e esgoto Nova Cedae e a companhia de logística Vix também abortaram os planos de IPOs.

Já a fundição Tupy decidiu adiar uma oferta de ações de cerca de 1 bilhão de reais, enquanto a companhia de rede de fidelidades Multiplus desistiu de uma oferta subsequente de ações.

As companhias Unidas e Ouro Verde mantiveram o pedido para a realização de IPO em 2013. Outra emissão aguardada pelo mercado é a da varejista Via Varejo, fruto da fusão entre Casas Bahia e Ponto Frio. A empresa do Grupo Pão de Açúcar, que ainda não pediu à CVM registro para a operação, deve abordar o assunto em reunião do conselho de administração desta sexta-feira.

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