Mercados

Cosan abre portas para mercado em reais no exterior

A emissão externa da companhia atraiu uma demanda de dois bilhões de reais e pode abrir caminho para outras operações semelhantes


	Cosan: a emissão externa da companhia foi a primeira operação do tipo em 22 meses
 (Arquivo)

Cosan: a emissão externa da companhia foi a primeira operação do tipo em 22 meses (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 15h16.

São Paulo - Empresas brasileiras de grande porte ligadas ao mercado doméstico olharam com interesse para a emissão externa da Cosan nesta quinta-feira, o que pode abrir caminho para mais operações em reais no exterior nos próximos meses, de acordo com o Bradesco BBI.

A companhia de agronegócio precificou uma captação de 500 milhões de reais em bônus com prazo de 5 anos e rendimento de 9,625 por cento, na primeira transação da categoria em 11 meses.

Ainda assim, a operação atraiu uma demanda de dois bilhões de reais, sobretudo de investidores institucionais, espalhados por Europa, Estados Unidos e América Latina.

Segundo Leandro Miranda, diretor de renda fixa do Bradesco BBI, que coordenou a captação da Cosan, o negócio reflete a expectativa dos investidores internacionais de que não haverá grandes solavancos no câmbio doméstico nos próximos anos.

Para investidores financeiros, ter ativos em reais surge como uma oportunidade de diversificação de moedas e também de ganhos maiores. Embora o mercado internacional esteja desfrutando de alta liquidez, as taxas têm fechado bastante, o que tem levado alguns a buscarem maior risco para garantir rentabilidades superiores.

"É aí que surge a oportunidade para empresas brasileiras ligadas ao mercado doméstico, como as de shopping centers, petroquímicas, educação, saúde, redes de farmácias e bancos", disse Miranda, à Reuters.

O problema, no caso de emissão em reais no exterior, é a baixíssima liquidez. Nos últimos dois anos, foram apenas duas transações com essas características, uma da Arcos Dourados, dona da franquia do McDonalds na América Latina, em abril passado, e outra da Brasil Telecom, em setembro de 2011.

Para Miranda, no entanto, os investidores podem estar se antecipando ao surgimento de um mercado mais ativo em reais. Se isso acontecer, pode lhes render ganhos interessantes no médio prazo, fazendo arbitragem de taxas.

Para os emissores, esse canal pode ser um meio de captar a custos mais interessantes. A Cosan, que também nesta quinta-feira, captou outros 500 milhões de dólares em bônus de 10 anos, a emissão em reais deve ter lhe rendido uma economia de 0,5 por cento ao ano, em termos de juros, disse Miranda.

As captações fizeram parte de um plano da Cosan para refinanciar parte dos empréstimos que tomou para financiar a compra de 60,1 por cento da Comgás por pouco mais de 3 bilhões de reais em 2012.

Acompanhe tudo sobre:Alimentos processadosArcos DouradosAtacadoBancosBradescoComércioCosanEmpresasEmpresas abertasEmpresas argentinasEmpresas brasileirasFast food

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado