Mercados

Emergentes voltam a atrair interesse de investidores

De São Paulo a Mumbai, os investidores estão recuperando a fé nos mercados emergentes este ano


	Operador da Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Operador da Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa (Marcos Issa/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 18h57.

Nova York - Os aficionados por futebol focarão no Brasil por causa da abertura da Copa do Mundo na quinta-feira, mas os investidores já estão com as atenções voltadas para o país e seu mercado de ações há meses.

E o Brasil tem companhia. De São Paulo a Mumbai, os investidores estão recuperando a fé nos mercados emergentes este ano.

Trata-se de uma grande mudança em relação a 2013, quando escassearam os investimentos nesses mercados em meio a preocupações com seu crescimento econômico lento.

O impacto foi tão forte que os analistas do Morgan Stanley batizaram de "Cinco Frágeis" o grupo composto por Brasil, África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia.

Agora esses países estão muito mais atrativos para os investidores. Alguns adotaram ações para fortalecer as suas economias.

Outros passaram por mudanças políticas que aumentaram a confiança dos investidores. Ao mesmo tempo, o crescimento lento dos Estados Unidos tornou mais atrativo investir em outros locais.

"Estes países fizeram parte do tema de casa para reduzir as suas fragilidades", disse Jorge Mariscal, investidor-chefe para mercados emergentes do UBS Wealth Management. "Eles se ajudaram um pouco."

Os "Cinco Frágeis" aumentaram suas taxas de juros para atrair capital de volta. Na Índia, por exemplo, a taxa foi de 7,25% em setembro para 8% em março.

No Brasil, ela passou de 7,5% em maio do ano passado a 11% atualmente. As taxas mais elevadas são atraentes para os investidores dos Estados Unidos, onde o Federal Reserve mantém a sua principal taxa de juros perto de zero há mais de cinco anos.

Na Índia, o governo também aumentou os tributos sobre o ouro.

O metal é a segunda importação mais importante para o país, depois do petróleo, e as compras têm crescido nos últimos anos, com o aumento da renda no país.

No Brasil, as ações se valorizaram com a divulgação de pesquisas mostrando que os oponentes da presidente do País, Dilma Rousseff, têm ganhado terreno antes das eleições deste ano. Aécio Neves e Eduardo Campos são considerados pelo mercado menos favoráveis à participação do Estado na economia.

Os países em desenvolvimento também devem se beneficiar do comércio global, com a perspectiva de que a melhora da economia dos EUA ganhe ímpeto no final deste ano, disse Mauro Rato, diretor de mercados emergentes da Pioneer Investments.

"É evidente que o gatilho mais importante até agora foram as condições financeiras globais", disse Gerardo Rodriguez, estrategista da BlackRock.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresinvestidor-agressivoPaíses emergentesrenda-variavel

Mais de Mercados

Reunião de Lula e Haddad e a escolha de Scott Bessent: os assuntos que movem o mercado

Do dólar ao bitcoin: como o mercado reagiu a indicação de Trump para o Tesouro?

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3