Modelo E195-E2 da Embraer com logomarca da Latam (Divulgação)
Editor de Invest
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 15h19.
Os papéis da Embraer reagem positivamente à notícia de que a empresa poderá vender até 74 aeronaves à companhia área Latam, com 24 pedidos firmes. A reação é diferente daquela vista há pouco menos de duas semanas, quando a fabricante anunciou sua primeira venda para os Estados Unidos, em um evento que vinha chamando de "marco zero" e criou bastante expectativa no mercado.
Às 15h01 (horário de Brasília), o papel EMBR3 avançava 5,11%, a R$ 80,67 e era a maior alta do Ibovespa no horário. Hoje, o índice de referência do mercado de trabalho brasileiro opera em baixa.
A XP, que em um recente relatório dizia ver poucos catalisadores de preço para a ação, teve uma leitura positiva do anúncio desta segunda-feira, 22. Mas não suficiente para fazer a casa alterar estimativas de entrega para a companhia.
"Vemos que ele [o pedido da Latam] ajuda a reduzir o risco da tese de investimento da Embraer, pois fornece maior visibilidade de receita", escreveram os analistas da XP.
"Juntamente com o pedido da Avelo, vemos anúncios recentes fortalecendo o posicionamento da Embraer nas Américas e apoiando o papel da E2 na renovação de frota da aviação regional."
A Avelo é a companhia aérea low cost dos Estados Unidos que fez um pedido firme de 50 aviões do modelo E-195-E2 da Embraer, com direito a aquisição de outros 50. Esse é o mesmo modelo que a Latam vai adquirir para ampliar sua frota voltada a voos regionais.
O Itaú BBA acredita que a carteira de encomendas da companhia tem chances de chegar um nível recorde de US$ 31 bilhões (R$ 165,66 bilhões). Para os analistas da casa, isso deve continuar sustentado o rali no preço das ações da companhia, que já acumulam 53% de alta este ano.
"Considerando que a Latam já opera com aeronaves da Boeing e da Airbus, acreditamos que essa encomenda reforça a competitividade do produto da Embraer", diz o relatório do BBA.
O BTG Pactual diz que a carteira de encomendas de E2 está mais forte do que nunca. Comercialmente, lembra o banco, os pedidos do modelo estavam abaixo da média de outros segmentos até o começo deste ano. A encomenda da Latam, porém, marcou a quarta demanda por aviões dessa família em 2025, chegando a 249 (ante 179 no final do ano passado).
"No futuro, à medida que a carteira de pedidos se fortalece, esperamos que os investidores monitorem de perto como essa carteira se traduz em entregas e desempenho operacional, o que deve manter seu forte impulso nos próximos trimestres", diz o relatório do BTG.
O Santander aponta ainda que a Latam será a primeira empresa com base em um país andino (nesse caso, o Chile) a operar uma aeronave do modelo E2. É uma encomenda que também reduz o risco da carteira de pedidos da Embraer, que vinha enfrentando algumas dificuldades relacionadas aos motores dos jatos E1. Além disso, o único cliente dos jatos E no Brasil até então era a Gol, que está em recuperação judicial.