Mercados

Os 1.001 problemas da Embraer

A fabricante de aviões Embraer deu muitos sustos em seus acionistas em 2016. Com isso, a companhia perdeu quase metade de seu valor de mercado no último ano – mais de 10 bilhões de reais. Analistas esperam que o balanço do último trimestre, a ser divulgado hoje, traga, enfim, notícias melhores. A receita deve chegar […]

EMBRAER: resultados do quarto trimestre devem finalmente trazer alívio para acionistas / Germano Lüders

EMBRAER: resultados do quarto trimestre devem finalmente trazer alívio para acionistas / Germano Lüders

DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2017 às 21h53.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h24.

A fabricante de aviões Embraer deu muitos sustos em seus acionistas em 2016. Com isso, a companhia perdeu quase metade de seu valor de mercado no último ano – mais de 10 bilhões de reais. Analistas esperam que o balanço do último trimestre, a ser divulgado hoje, traga, enfim, notícias melhores. A receita deve chegar a 1,95 milhões de dólares (queda de 5,8% na comparação anual), mas a margem operacional da companhia deve subir (2,1 pontos percentuais, para 10,1%) após quatro trimestres consecutivos de queda.

Os altos estoques de aeronaves usadas e a competição mais acirrada tornaram difíceis as vendas no setor de aviões executivos em 2016. Os problemas fizeram a companhia cortas as estimativas para entregas de aeronaves desse tipo em quase 8%. Como consequência, a Embraer anunciou dois Programas de Demissão Voluntária para obter uma economia de 200 milhões de dólares ao ano. Juntos, eles resultaram na demissão de 1.580 funcionários.

A companhia também enfrentou problemas além dos resultados financeiros. Em junho, a Embraer pegou investidores de surpresa ao anunciar que Frederico Curado, após nove anos na presidência, estava sendo substituído pelo diretor de aviação comercial, Paulo Cesar de Souza. A companhia ainda admitiu ter montado um esquema internacional de pagamento de propinas e concordou em pagar 206 milhões de reais a autoridades dos Estados Unidos e do Brasil em acordo.

O atual presidente da Embraer, Paulo Cesar Silva, já disse que 2017 será tão desafiador quanto 2016. Além da concorrência, incertezas econômicas e políticas no Brasil, Europa e América do Norte podem afetar as demandas por aeronaves, segundo o executivo. Se a companhia não for envolvida em novos escândalos, já será um ano melhor que 2016.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeÀs Sete

Mais de Mercados

Lucro da B3 sobe para R$ 1,2 bilhão no 3º tri, mas principal linha de receita recua

Dividendos mais altos? Reforma tributária pode antecipar distribuições, diz Bofa

Disney está perdendo milhões de dólares por dia devido ao bloqueio do YouTube TV

Microsoft e Google vão investir US$ 16 bilhões em IA na Europa