Tesla: O recall devido a problemas no programa utilizado para direção assistida e travamento de portas de veículos (Universal Images/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 08h47.
Última atualização em 5 de janeiro de 2024 às 08h53.
A fabricante americana de carros elétricos Tesla, de Elon Musk, fez um novo recall de cerca de 1,6 milhão de veículos na China, com o objetivo de atualizar um programa que apresenta "riscos de segurança", anunciou o regulador do mercado chinês, nesta sexta-feira. Desde dezembro, a empresa já retirou quase quatro milhões de automóveis do mercado internacional para solucionar problemas no sistema.
A Administração Estatal de Regulamentação de Mercado da China anunciou que em Pequim e Xangai usaria atualizações remotas para resolver os problemas, de modo que, na maioria dos casos, os proprietários de automóveis não precisariam visitar os centros de serviço da Tesla.
O recall devido a problemas no programa utilizado para direção assistida e travamento de portas de veículos. Os defeitos se aplicam aos modelos S, X, 3 e Ys importados.
A Tesla é a segunda maior vendedora no crescente mercado chinês de veículos elétricos. Atualmente, a líder é a empresa automobilística chinesa BYD, que virou o jogo ao final de 2023, após mais de 10 anos de soberania da marca americana.
Analistas já previam este cenário há alguns meses. O lançamento de modelos populares, os subsídios do governo chinês e uma forte expansão no exterior sinalizavam a liderança da BYD, chinesa que fabrica de painéis solares a ônibus e que, agora é, oficialmente, a maior produtora de carros elétricos do mundo. A BYD vendeu 526.409 veículos totalmente elétricos no quarto trimestre de 2023, contra 484.507 carros vendidos pela Tesla no mesmo período.
No dia 13 de dezembro, a fabricante já havia anunciado o segundo recall de 2023 envolvendo os sistemas de direção automatizada da Tesla, que passaram por um escrutínio crescente após centenas de acidentes - alguns dos quais resultaram em mortes. Nesta ocasião, dois milhões de carros foram retirados do mercado.
A medida foi adotada após uma investigação que se estendeu durante anos, realizada pela NHTSA. Um dos foco da apuração era descobrir se o motorista que usa o carro com o sistema de direção autônoma, batizado pela empresa de Autopilot, se mantém atento ao trânsito quando o sistema está em uso. Ou seja, se há engajamento dos motoristas.
Embora o CEO Elon Musk tenha previsto há anos que a montadora está prestes a oferecer autonomia total, tanto o Autopilot quanto os recursos beta que a Tesla comercializa como Full Self-Driving exigem que um motorista totalmente atento mantenha as mãos no volante.
No dia 25, a montadora anunciou mais um recall, coletando outros 120 mil veículos, por defeito nas travas das portas. Segundo a montadora, elas corriam risco de destravar e se abrir em caso de acidente, o que agrava o risco de lesões.
Segundo a Administração Nacional de Segurança do Tráfego nas Rodovias dos EUA (NHTSA, na sigla em inglês), o problema afeta alguns carros Model S e Model X dos anos 2021 a 2023.
Sistema é alvo de investigações
O Autopilot é padrão em todos os novos carros da Tesla. Ele usa câmeras para combinar a velocidade do veículo com o tráfego ao redor e auxilia os motoristas a dirigirem dentro de faixas claramente marcadas.
Desde o fim de 2016, a Tesla comercializa uma funcionalidade de nível superior que chama de Full Self-Driving. Esse conjunto de recursos foi recolhido em fevereiro, depois que a NHTSA levantou preocupações sobre carros que usavam o sistema viajando excedendo os limites de velocidade e não parando completamente.