B3: Ibovespa avançava mais de 1% nesta terça-feira (Paulo Whitake/Reuters)
Reuters
Publicado em 27 de agosto de 2019 às 10h53.
Última atualização em 27 de agosto de 2019 às 18h08.
São Paulo — O Ibovespa teve uma sessão altamente volátil nesta terça-feira, fechando no azul após alternar alta e baixa, diante de incertezas sobre questões comerciais envolvendo EUA e China e uma possível desaceleração no crescimento global.
O Ibovespa subiu 0,88%, a 97.276,19 pontos, após ter recuado 4,7% no acumulado dos últimos três pregões. O volume financeiro da sessão somou 20,65 bilhões de reais.
Mais cedo, expectativas de desfecho positivo nas negociações entre Washington e Pequim prevaleceram, apesar dos sinais contraditórios nos últimos dias.
Para Bruno Madruga, chefe de renda variável da Monte Bravo, a forte volatilidade do Ibovespa tende a se manter enquanto não ocorre uma conclusão para o embate comercial entre EUA e China, que prejudica principalmente as economias emergentes.
O índice reverteu no começo da tarde com o aprofundamento na inversão da curva de rendimentos dos Treasuries nos EUA para níveis não vistos desde 2007, reacendendo o medo de recessão iminente. Em Wall Street, o S&P 500 500 recuou 0,33%, após ter subido 0,7% no melhor momento da sessão.
Profissionais da área de renda variável também citaram ruídos domésticos, como o relatório da Polícia Federal a partir da delação de executivos da Odebrecht dizendo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cometeu corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, o que ele nega.
Também no radar está a repercussão global dos incêndios na Amazônia, no momento em qual os agentes estrangeiros seguem na defensiva. Na paulista, o saldo de capital externo no mês está negativo em 11,6 bilhões de reais, com números até dia 23.
Com a redução das perdas das bolsas em Nova York e a desaceleração do dólar, o Ibovespa acabou fechando o dia em alta, com ações mais líquidas se recuperando.
Destaques do dia
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN subiram 1,18% e 1,26%, respectivamente. BANCO DO BRASIL perdeu 0,8%.
- PETROBRAS PN avançou 1,59%, diante da alta dos preços do petróleo no mercado externo. Analistas do Bradesco BBI ajustaram previsões para a companhia e elevaram o preço-alvo das PNs, de 37 para 38 reais, com recomendação 'outperform'.
- VALE ON subiu 1,21%, apesar de nova sessão de queda dos preços do minério de ferro na China. CSN, perdeu 1,26%.
- MRV ON valorizou-se 3,74%, recuperando-se de perdas recentes, após ter recuado 8% em apenas dois pregões.
- NATURA ON subiu 4,2%, entre as maiores altas do Ibovespa, com o setor de consumo no azul. VIA VAREJO , que já acumulava em agosto queda de 16% até a véspera, avançou 5,71%, também entre as maiores altas.
- JBS ON ganhou 0,43%, dando continuidade ao ajuste negativo, após renovar máximas históricas no mês. No setor, MARFRIG ON perdeu 1,41%.