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Em dia de forte volatilidade, dólar sobe, apesar de BC e IOF

Apesar da ação do Banco Central para conter o fortalecimento do dólar, a divisa norte-americana encerrou em alta frente ao real nesta quarta-feira


	O dólar avançou 0,10 % frente ao real, a 2,1311 reais na venda, depois de bater 2,1496 reais na máxima da sessão e 2,0849 reais na mínima
 (Marcos Santos/USP Imagens)

O dólar avançou 0,10 % frente ao real, a 2,1311 reais na venda, depois de bater 2,1496 reais na máxima da sessão e 2,0849 reais na mínima (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2013 às 17h26.

São Paulo - Apesar da ação do Banco Central para conter o fortalecimento do dólar, a divisa norte-americana encerrou em alta frente ao real nesta quarta-feira, numa sessão marcada por intensa volatilidade diante da zeragem do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações de renda fixa por estrangeiros.

Ao mesmo tempo em que analistas acreditam que a medida, anunciada na noite de terça-feira pelo governo, pode reduzir a pressão de alta sobre o dólar no curto prazo, eles ressaltam que o cenário internacional e fundamentos ruins da economia brasileira devem continuar pesando sobre o câmbio no decorrer do ano.

O dólar avançou 0,10 % frente ao real, a 2,1311 reais na venda, depois de bater 2,1496 reais na máxima da sessão e 2,0849 reais na mínima, com queda de 2 % logo no início dos negócios --movimento que perdeu força após a euforia inicial com a medida.

Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 3,7 bilhões de dólares, acima do visto nas últimas sessões.

"Embora no curto prazo a medida possa resultar num aumento dos fluxos de entrada, a ausência do IOF provavelmente levará a uma volatilidade maior", informou o banco HSBC em relatório. "Investidores estrangeiros provavelmente ficarão mais dispostos a entrar no Brasil, mas também mais inclinados a tirar investimentos em tempos de aversão ao risco".

O Barclays ressaltou ainda que a zeragem da alíquota do IOF pode levar a alguns fluxos de saída, uma vez que certos capitais não estariam deixando o país por causa da taxação de 6 %.

O dólar abriu o dia com forte queda frente ao real diante da perspectiva de intensificação das entradas de recursos estrangeiros no país, mas o movimento perdeu fôlego no final da manhã e a divida norte-americana passou a subir.

"A queda que houve na abertura supervalorizou a questão do IOF. O efeito da medida sobre o fluxo cambial será positivo, mas mais no médio prazo, e não no curto prazo", disse o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano.


A própria presidente Dilma Rousseff trouxe mais gás ao mercado, levando a moeda norte-americana a subir quase 1 %, ao ser questionada se haveria mais ações para segurar o dólar no final desta manhã. Ela respondeu: "Nós não temos medida nenhuma para segurar o dólar, eu queria informar que esse país adota o regime de câmbio flexível".

Após isso, o Banco Central anunciou um leilão de swap cambial tradicional, equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro, o que acabou minimizando o movimento de alta da moeda ante o real. Na sexta-feira passada, o BC já havia feito um leilão semelhante, quando o dólar chegou perto de 2,15 reais.

Real ainda fraco 

A valorização do dólar tem sido generalizada em outras países devido a sinais de recuperação da economia norte-americana, que tem alimentado expectativas de que o Federal Reserve, banco central do país, reduza seu programa de estímulo. Somente em maio, o dólar avançou 7,04 % ante o real.

No exterior, nesta quarta-feira, divisas com perfil ligados à exportação de commodities perdiam força ante o dólar.

Apesar da possibilidade de mais entradas de dólares no mercado brasileiro com a redução do IOF, agentes do mercado alertavam para a qualidade desses ingressos e para possível aumento da volatilidade no câmbio devido à medida.

"Os ingressos não serão da qualidade ideal porque deve vir dólar especulativo. Mas quando se tem necessidade, não dá para escolher a qualidade. A perspectiva é que agora tenha fluxo, e isso é fundamental", disse o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.

O déficit em transações correntes do Brasil subiu 55 % em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, fazendo com que o rombo em 12 meses superasse 3 % do PIB pela primeira vez em mais de uma década.

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