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Elevações de notas superam cortes no maior ritmo desde 2007

Notas para o crédito estão acompanhando o risco soberano: nos últimos 2 anos, todas as agências de risco elevaram o País ao grau de investimento

Mina da Vale: empresa emitiu US$ 1,75 bi em bônus após a alta da nota pela Fitch (Divulgação/Vale)

Mina da Vale: empresa emitiu US$ 1,75 bi em bônus após a alta da nota pela Fitch (Divulgação/Vale)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2010 às 07h42.

Nova York - As empresas brasileiras estão recebendo a maior quantidade de melhoras em suas notas de crédito desde 2007. Elas são beneficiadas pela expansão econômica mais acelerada em duas décadas, que impulsiona receitas e lucros. Standard & Poor’s, Moody’s Investors Service e Fitch Ratings Ltd. elevaram as notas e perspectivas de companhias brasileiras 74 vezes este ano e rebaixaram 22 vezes, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Houve mais de três melhoras para cada piora, a maior relação entre os países do BRIC, grupo que também inclui Rússia, Índia e China. As melhoras nas notas de crédito corporativo estão puxando os rendimentos dos títulos para os menores níveis históricos e levando o volume de emissões brasileiras a um recorde este ano.

A Vale SA, maior produtora mundial de minério de ferro, vendeu US$ 1,75 bilhão em bônus em 8 de setembro, dois meses após a Fitch subir a nota da empresa em um nível para BBB+. A JBS SA, maior produtora mundial de carne, emitiu US$ 700 milhões em dívida em 22 de julho, uma semana após a S&P elevar a nota de crédito em dois níveis para BB.

“É um ciclo econômico positivo que está sustentando melhores resultados”, disse Jansen Moura, analista de bônus corporativos da BCP Securities no Rio de Janeiro, numa entrevista por telefone. “Ainda há um período positivo à frente para companhias brasileiras.”

As notas de crédito de empresas brasileiras estão acompanhando o risco soberano. Nos últimos dois anos S&P e Fitch elevaram a nota da dívida do País para BBB-, a menor na escala de grau de investimento. A Moody’s subiu a classificação para a equivalente Baa3. Em junho, a Fitch elevou sua perspectiva para o Brasil para positiva, citando o potencial de crescimento e as “políticas econômicas prudentes”. A nota de crédito pode subir se a presidente eleita Dilma Rousseff exercer “moderação fiscal” quando assumir o cargo em janeiro, afirmou a Fitch em 4 de novembro.

Vendas do varejo

O rendimento dos títulos corporativos do Brasil caiu para uma mínima histórica de 5,64 por cento em 4 de novembro, diminuindo 121 pontos-base desde 11 de fevereiro, de acordo com o índice CEMBI do JPMorgan Chase & Co.

O Produto Interno Bruto brasileiro deve crescer 7,6 por cento este ano depois da queda de 0,2 por cento em 2009, de acordo com a estimativa mediana de uma pesquisa do Banco Central com cerca de 100 economistas e divulgada na semana passada. As vendas no varejo aumentaram pelo quinto mês seguido em setembro graças ao desemprego no menor patamar histórico e à expansão do crédito. As vendas de veículos novos cresceram 2,9 por cento em outubro na comparação com o mesmo período do ano passado, disse a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores em 1 de novembro. As empresas brasileiras venderam uma quantia recorde de US$ 36,3 bilhões em títulos este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Os juros nos menores níveis históricos nos Estados Unidos, Europa e Japão aumentaram o apetite pela dívida corporativa da maior economia da América Latina. A S&P melhorou a nota de 25 empresas brasileiras este ano, enquanto a Moody’s subiu a classificação de 22 e a Fitch aumentou 27, segundo dados compilados pela Bloomberg. A relação de 3,4 melhoras de nota para cada uma redução supera a taxa de 1,5 na China, 2,2 na Índia e 2,7 na Rússia. No México, a segunda maior economia da América Latina, mais empresas tiveram a nota rebaixada do que elevada este ano.

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