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Eletrobras sobe na bolsa após informar que não discute antecipação de recursos para CDE

Eletrobras afirmou que não está discutindo mais com o governo federal uma antecipação de recursos devidos pela empresa para a Conta de Desenvolvimento Energético

Eletrobras: as ações da companhia apresentavam forte valorização (Nadia Sussman/Bloomberg)

Eletrobras: as ações da companhia apresentavam forte valorização (Nadia Sussman/Bloomberg)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 10h57.

A Eletrobras (ELET3) informou, nesta quinta-feira, 5, que realizou uma reunião importante entre representantes da companhia e membros da Advocacia-Geral da União (AGU), da Casa Civil da Presidência da República e do Ministério de Minas e Energia. O encontro ocorreu no âmbito da Câmara de Mediação e Conciliação da Administração Federal (CCAF), criada com o objetivo de tentar uma solução consensual e amigável entre as partes, conforme a decisão do Ministro Nunes Marques, relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Dessa maneira, a Eletrobras afirmou que não está discutindo mais com o governo federal uma antecipação de recursos devidos pela empresa para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Na manhã de hoje, as ações da companhia apresentavam forte valorização. Os papéis preferenciais (ELET6) registravam alta de 4,19%, enquanto as ações ordinárias (ELET3) avançavam 4,46%

Além do tema da antecipação de recursos, outros pontos continuam sendo debatidos no processo. Entre eles, destacam-se a participação da União nos conselhos de administração e fiscal da Eletrobras, o desinvestimento da empresa na Eletronuclear e a revisão do acordo de acionistas do projeto nuclear Angra 3.

 Futuro da Eletrobras

Em um relatório divulgado, o BTG Pactual (grupo controlador da EXAME), afirmou que este foi o primeiro comunicado formal da empresa sobre o andamento das negociações com o governo. O banco apontou que o comunicado foi 'esperançoso'. No entanto, o BTG alertou que é difícil prever se um consenso será alcançado e se o governo concordará com as propostas.

O BTG retirou a empresa de sua carteira recomendada mensal para dezembro, apesar de continuar considerando a Eletrobras uma escolha atraente para o longo prazo. "As ações da Eletrobras estão baratas, assim como muitos papéis no mercado, mas com a falta de gatilhos imediatos, como uma hidrologia melhor, pode ser mais sensato construir uma posição ao longo de alguns meses."

O BTG acredita que a Eletrobras tem um grande potencial para se tornar uma forte pagadora de dividendos, mas isso só deve ocorrer a partir de 2026, quando a empresa estiver em condições mais favoráveis para distribuir lucros. Segundo os analistas, a expectativa de um forte dividendo em 2025 é improvável devido às difíceis condições de mercado e ao alto custo de investimento em um cenário de altas taxas de juros.

Por fim, o BTG considera que a Eletrobras é uma companhia para 2026. "Compre mais perto do dividendo" é a recomendação do banco, que vê um futuro promissor para a empresa quando as pendências com o governo forem resolvidas.

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