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Eletrobras, BB, IRB e as 10 ações que mais perderam valor em janeiro

Ingerência política e atraso na agenda privatização explicam queda das estatais no primeiro mês do ano; incorporadoras também perderam valor

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2021 às 08h00.

Ano novo, problemas velhos. O investidor que tinha na carteira ações das maiores estatais do país, especificamente da Eletrobras (ELET3; ELET6) e do Banco do Brasil (BBAS3), perdeu dinheiro na largada de 2021.

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Os três papeis estiveram entre os seis que mais se desvalorizaram em janeiro entre os 81 que fazem parte do Ibovespa. As duas ações da Eletrobras no Ibovespa caíram na casa de 22%, enquanto as do BB recuaram quase 13%.

No caso da Eletrobras, a perda ficou concentrada em apenas quatro pregões, dos dias 26 a 29, depois da renúncia do CEO da estatal elétrica, Wilson Ferreira Junior: o executivo alegou razões pessoais, mas depois admitiu que pesou o fato de o governo ter atrasado o plano de venda do controle da estatal, supostamente uma prioridade desde 2019.

No caso do Banco do Brasil, o episódio de desgaste aconteceu na segunda semana do mês, quando a instituição anunciou um plano de redução de despesas e aumento de eficiência operacional, com a demissão de 5.000 funcionários e o fechamento de 112 agências bancárias.

Políticos e sindicatos reclamaram, e o presidente Jair Bolsonaro ficou contrariado a tal ponto que cogitou uma troca no comando do banco estatal, tirando o atual CEO André Brandão. No fim, importantes membros da equipe econômica entraram em cena e Brandão foi mantido até segunda ordem ou novo questionamento de Bolsonaro.

Mas esses foram os fatos que motivaram a queda nas cotações das estatais. Duas incorporadoras tradicionais, a EZTEC (EZTC3) e a Cyrela (CYRE3), tiveram respectivamente a terceira e a quarta maiores quedas do mês.

Segundo analistas, apesar dos fortes resultados operacionais no quarto trimestre, as duas incorporadoras voltadas para imóveis residenciais enfrentam um cenário adverso pela frente, com a pressão sobre os custos de construção e a perspectiva iminente de aumento na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 2% ao ano.

Uma reportagem da EXAME Invest traz a avaliação de analistas sobre o desempenho e as perspectivas das empresas do setor de construção.

Por fim, a ação do IRB Brasil (IRBR3), que esteve nos dois últimos pregões do mês no alvo de investidores que buscaram fazer um short squeeze inspirado no papel da GameStop nos Estados Unidos, teve a oitava maior queda, de 11,98% no período.

A desvalorização em janeiro era ainda maior antes do pregão da quinta-feira, 28, quando as ações encerraram com alta de 17,8%. Até aquele início de pregão, o papel acumulava uma perda de valor acima de 20%. Na sexta, o papel caiu 6,1% diante do alcance limitado do movimento com as regras mais restritivas para o aluguel de ações na B3.

Veja abaixo as 10 ações que mais perderam valor em janeiro:

  1. Eletrobras (ELET3): -22,32%
  2. Eletrobras (ELET6): -21,76%
  3. EZTEC (EZTC3): -14,50%
  4. Cyrela (CYRE3): -13,06%
  5. Copel (CPLE6): -12,89%
  6. Banco do Brasil (BBAS3): -12,73%
  7. Santander (SANB11): -12,13%
  8. IRB Brasil (IRBR3): -11,98%
  9. Qualicorp (QUAL3): -10,80%
  10. Unidas (LCAM3): -10,75%
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