Eletrobras: presidente executivo passa de uma remuneração mensal de R$ 52,35 mil para R$ 300 mil (Reprodução/Shutterstock)
Os acionistas da Eletrobras aprovaram nesta quinta-feira, 22, em assembleia geral extraordinária, planos que aumentam a remuneração dos administradores da companhia, que estavam sem correção desde 2015. A companhia foi privatizada em junho deste ano e o debate sobre a mudança da remuneração chamou a atenção do mercado, há cerca de um mês, quando a proposta foi apresentada. As cifras propostas (e aprovadas nesta quinta-feira) colocam a Eletrobras em paridade com outras empresas do setor elétrico e de capital aberto — ainda que a empresa seja a maior do segmento na bolsa, hoje.
Dois planos de remuneração com base em ações de emissão da companhia foram aprovados: baseado em opções de compra de ações e baseado em ações restritas.
No total, foi aprovado o valor de R$ 35,9 milhões de remuneração a administradores da companhia de abril de 2022 a março de 2023, incluindo a diretoria, membros do conselho de administração e fiscal, além dos comitês estatutários de assessoramento ao conselho. O valor é mais do que o dobro dos R$ 15,4 milhões aprovados em assembleia em abril deste ano.
O presidente executivo da Eletrobras, por exemplo, passa de uma remuneração mensal de R$ 52,35 mil para R$ 300 mil. Já os membros do conselho de administração passam a receber R$ 200 mil.
O vice-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), ministro Vital do Rêgo, tentou suspender a assembleia, em pedido ao Ministério da Economia e ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas não obteve sucesso. Ele alegou "lesão ao dinheiro público", dado que a União ainda detém 40% da companhia. No entanto, o governo federal optou por se abster da votação, contrariando a orientação do Tesouro Nacional.