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Eleições, ata do Copom, inflação: cinco assuntos quentes para os mercados esta semana

Semana é a última antes das eleições presidenciais do primeiro turno; cenário de aversão a risco continua no exterior

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Bloomberg

Publicado em 26 de setembro de 2022 às 06h01.

A agenda é intensa para os mercados nesta semana. No campo político, a campanha eleitoral entra na reta final com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, liderando as intenções de voto para presidente. As eleições ocorrem no domingo, 2.

Investidores também ficam atentos à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que será divulgada na terça-feira, 27, e pode fornecer maiores pistas da atuação do BC sobre os juros. Relatório de inflação e divulgação da prévia da inflação, o IPCA-15, também ficam no radar.

No exterior, a trajetória da inflação e dos juros segue sendo o principal assunto, em especial nos Estados Unidos. Por lá, investidores aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, para avaliar como a política de aperto monetário dos EUA pode impactar a economia global.

Veja abaixo os principais assuntos para os mercados nesta semana: 

Reta final da campanha

As novas pesquisas, as estratégias dos candidatos e as movimentações de apoio estarão no foco dos investidores na última semana antes do primeiro turno da eleição presidencial, que ocorre no próximo domingo, 2.

A consultoria Eurasia elevou a probabilidade de vitória de Lula de 65% para 70% e aumentou a chance de eleição já no 1º turno, de 10% para 20%-25%. A mudança vem depois das pesquisas mais recentes mostrarem ampliação da vantagem do ex-presidente sobre Jair Bolsonaro. 

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O efeito Meirelles

Diante do favoritismo de Lula, o mercado deve seguir monitorando eventuais notícias sobre a aproximação entre o petista e Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e pai do teto de gastos no governo Temer. 

O apoio de Meirelles à candidatura de Lula na última semana ajudou os ativos brasileiros a terem desempenho superior aos pares externos. Meirelles foi um dos nomes que o ex-presidente quis incluir na bolsa de apostas para o Ministério da Economia antes de definir quem vai comandar a pasta. Geraldo Alckmin e Alexandre Padilha seguem no páreo.

Juros e inflação

O Banco Central divulga, na terça-feira, 27, a ata do Copom, que manteve a Selic em 13,75% com um comunicado visto como duro por incluir a possibilidade de voltar a subir os juros – e com um rara divergência de dois votos que preferiam uma última alta de 0,25 ponto percentual (p.p.). 

Roberto Campos Neto, presidente do BC, e Diogo Guillen, diretor de política econômica da instituição, dão coletiva para comentar o relatório de inflação, na quinta-feira, 29. 

Antes, na terça, 27, será divulgado o IPCA-15, considerado a prévia da inflação do Brasil. A expectativa é que o IPCA-15 de setembro recue 0,18%, contra deflação de 0,73% no período anterior, em meio aos cortes de combustíveis. A semana ainda IGP-M, contas externas, desemprego e resultados fiscais. 

Economia global

Os ativos domésticos devem seguir expostos à volatilidade do mercado global após a profunda aversão externa ao risco registrada na última semana

O pacote fiscal no Reino Unido se somou ao receio de impacto econômico do aperto monetário do Fed e de outros bancos centrais. Na quarta, o BC americano elevou os juros em 0,75 p.p. e indicou altas maiores do que o mercado estava esperando para os próximos meses. A semana trará eventos com vários dirigentes do Fed, incluindo Powell no dia 27. 

A agenda de dados também é pesada e inclui PIB e Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) nos EUA, Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da zona do euro e Índices de Atividade dos Gerentes de Compras (PMI) na China. 

Leilão da Aneel e destaques corporativos

A Aneel realiza na próxima sexta-feira, 30, o chamado Leilão de Reserva de Capacidade, para contratação de novas usinas termelétricas a gás natural. A contratação dessas usinas foi uma exigência imposta pelo Congresso no projeto que autorizou a privatização da Eletrobras (ELET6). 

No radar corporativo, Itaú (ITUB4), Americanas (AMER3) e Suzano (SUZB3) reúnem acionistas em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) ao longo da semana. Suzano realiza assembleia na quinta, 29, enquanto Itaú e Americanas realizam AGEs na sexta, 30.

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