Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 5 de janeiro de 2022 às 16h42.
Virou o ano, mas o pessimismo sobre permanece entre as principais gestoras do país. Em sua carta mensal publicada nesta quarta-feira, 5, a Opportunity alertou que, mesmo após o Ibovespa cair 11,9% em 2021, riscos locais “ainda não parecem totalmente refletidos nos preços”. Entre eles, “o cenário eleitoral conturbado, e a perspectiva de contração da atividade econômica em 2022”.
A saída foi concentrar as apostas em empresas com maior exposição ao mercado internacional e às commodities, que segundo a Opportunity, “deverão se beneficiar com a inflexão da política econômica na China.” A expectativa é de que, controlada a crise da Evergrande, o país asiático volte a dar maior prioridade ao crescimento econômico.
As projeções da Opportunity também são otimistas para a economia dos países ricos, apesar dos “crescentes desafios” inflacionários. A completa reabertura, normalização da cadeia produtiva e condições financeiras favoráveis devem impulsionar a atividade global neste ano, segundo a gestora.
“Esse ambiente é ainda propício para o bom desempenho do mercado acionário no mundo desenvolvido, onde as empresas continuam produzindo resultados operacionais robustos, a vacinação já alcançou larga parcela da população e a retirada dos estímulos monetários e fiscais ocorrerá de forma bastante gradual”, diz a carta.
Inflação e perspectivas de aperto monetário, no entanto, levaram a Opportunity a adotar uma nova postura no mercado internacional: aumentar as posição em ações de valor em detrimento das de crescimento.
Outra estratégia envolve a busca por oportunidades de valorização do dólar. De acordo com a gestora, a moeda deve ser favorecida pelo "forte crescimento e da economia americana e reprecificação do ciclo monetário".
Para a Opportunity, o mercado tem precificado "uma taxa de juros terminal ainda excessivamente baixa" nos Estados Unidos. A gestora aumentou suas apostas na alta dos juros americanos de 5 e 7 anos.
No mercado de juros local, a gestora agiu na contramão, reduzindo sua exposição, após ganhos registrados no mês de dezembro. “Mantemos o entendimento de que os prêmios já refletem em largas medidas o cenário desafiador, embora a dinâmica de persistência e disseminação da inflação continue favorecendo uma postura tática.”