Mercados

Eike Batista perde quase US$2 bi em dia de queda nas Bolsas

Grupo EBX perdeu 9% de seu valor nesta quinta-feira, mas empresário ainda tem um patrimônio de 19,2 bilhões de dólares

Eike Batista: as empresas dele lideraram a queda da bolsa (VEJA SÃO PAULO)

Eike Batista: as empresas dele lideraram a queda da bolsa (VEJA SÃO PAULO)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 22h30.

Rio de Janeiro - Eike Batista pode ter deixado de ser o oitavo homem mais rico do mundo depois de sofrer um prejuízo em torno de 2 bilhões de dólares nesta quinta-feira, quando suas empresas lideraram o forte movimento de baixa da Bovespa.

O grupo EBX -- que atua principalmente nas áreas de mineração, petróleo e gás e infraestrutura com uma capitalização de mercado de 31 bilhões de dólares, mas praticamente sem faturamento -- registrou uma perda de cerca de 9 por cento no seu valor.

Eike detém mais de dois terços das ações do grupo. Agora, a participação dele vale cerca de 19,2 bilhões de dólares.

Num dia de forte queda na Bolsa paulista, o maior declínio foi da mineradora MMX, cujas ações se desvalorizaram em 16 por cento, o que significou uma fuga de 725 milhões de reais do seu valor de mercado. Eike tem 32,2 por cento da companhia.

A OGX Petróleo e Gás teve queda de 8,33 por cento, o que significa uma redução e 3,23 bilhões de reais no seu valor de mercado -- ou quase metade dos 6,7 bilhões de reais que Eike obteve na oferta pública inicial de ações da companhia, em 2008. Ele possui uma participação de 61,2 por cento da empresa.

A empresa de logística LLX, que desenvolve dois grandes projetos portuários no Estado do Rio, teve queda de 13,2 por cento, perdendo 367 milhões de reais do seu valor de mercado.

O estaleiro OSX registrou queda de 10,9 por cento (426 milhões de reais), e a elétrica MPX caiu 8 por cento (403 milhões de reais).

Todas essas ações tiveram queda superior à do índice Ibovespa, que fechou em baixa de 5,7 por cento.

As cinco empresas de capital aberto do conglomerado EBX estavam particularmente vulneráveis porque haviam atraído um grande número de investidores estrangeiros, os quais na quinta-feira fugiram em debandada dos mercados emergentes, segundo Lucas Brendler, analista da Geração Futuro.

"Empresas que estão em uma fase de pré-desenvolvimento são as que acabam sendo mais afetadas nessas situações", disse Brendler. Ele acrescentou que essas empresas também têm condições de recuperarem com mais rapidez do que as companhias maiores.

Críticos frequentemente questionam o valor elevado das ações das empresas de Eike. A OGX, que ainda nem começou a produzir petróleo, às vezes tem um valor de mercado equivalente ao da espanhola Repsol, uma empresa consolidada e com atuação global. A OGX diz que pretende extrair 1,4 milhão de barris diários de petróleo e gás equivalente no Brasil a partir de 2019.

Entre os investidores que perderam dinheiro junto com Eike na quinta-feira no mundo estão a siderúrgica chinesa Wisco, o grupo sul-coreano de commodities SK, a nova-iorquina BlackRock, maior gestora mundial de valores, e o Fundo de Pensões dos Professores de Ontário, no Canadá.

A EBX não se manifestou de imediato sobre a queda no valor das suas ações.

Na lista de 2011 dos maiores bilionários do mundo, feita pela revista Forbes, Eike Batista -- cujas empresas sempre têm nomes terminados em X -- ocupava o oitavo lugar, com uma fortuna de 30 bilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:AçõesBilionáriosEBXEike BatistaEmpresáriosEmpresasMMXOSXPersonalidades

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off