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Efeito Trump: Kinea vê cenário difícil para a bolsa brasileira e projeta menor fluxo de estrangeiros

Economista prevê que a maior força da economia americana drenará liquidez de outros mercados, especialmente dos emergentes

GREENVILLE, NORTH CAROLINA - OCTOBER 21: Republican presidential nominee, former U.S. President Donald Trump leaves the stage following a campaign rally at Williams Arena at Minges Coliseum on October 21, 2024 in Greenville, North Carolina. Trump is campaigning throughout North Carolina today as he and Democratic presidential nominee, U.S. Vice President Kamala Harris continue to campaign in battleground swing states ahead of the November 5th election.   Win McNamee/Getty Images/AFP (Photo by WIN MCNAMEE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

GREENVILLE, NORTH CAROLINA - OCTOBER 21: Republican presidential nominee, former U.S. President Donald Trump leaves the stage following a campaign rally at Williams Arena at Minges Coliseum on October 21, 2024 in Greenville, North Carolina. Trump is campaigning throughout North Carolina today as he and Democratic presidential nominee, U.S. Vice President Kamala Harris continue to campaign in battleground swing states ahead of the November 5th election. Win McNamee/Getty Images/AFP (Photo by WIN MCNAMEE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 12h03.

A vitória de Donald Trump impulsiona as bolsas americanas nesta quarta-feira, 6, com investidores prevendo um cenário de corte de juros e uma economia mais forte nos Estados Unidos. A perspectiva, no entanto, é oposta para o mercado brasileiro, afirma André Duarte, economista da Kinea, casa com mais de R$ 132 bilhões sob gestão.

"É uma conjuntura difícil para a bolsa brasileira, pois deve haver menor fluxo de estrangeiros, dada a atratividade da economia americana em relação ao resto do mundo", afirma Duarte.

A expectativa de que Trump reacenda disputas comerciais com imposição de tarifas sobre produtos importados, especialmente do México e da China, também deve prejudicar o Brasil. "Os efeitos de uma China com maior dificuldade de crescimento respingam no Brasil", pontua.

Duarte acrescenta que fatores locais, como o ciclo de alta de juros e preocupações com a sustentabilidade fiscal do governo brasileiro, jogam contra a bolsa brasileira neste momento.

Com a vitória de Trump, o economista argumenta que há uma maior urgência para o governo brasileiro apresentar um plano de contenção fiscal que convença o mercado, antes que os ativos brasileiros sofram uma deterioração mais acentuada. "O contexto é mais difícil para países emergentes, especialmente para o Brasil."

O cenário externo adverso, segundo Duarte, aumenta a necessidade de o governo resolver problemas locais, como a insustentabilidade fiscal. Na manhã desta quarta-feira, após a confirmação da vitória de Trump, o dólar chegou a subir 2%, alcançando R$ 5,86, enquanto a bolsa brasileira caía 1,40%.

Dólar alto no Brasil e no mundo

"O mercado está precificando uma economia americana mais forte que seus pares, com inflação mais alta devido às tarifas [sobre produtos importados]. A economia americana já está forte e surpreendendo para cima; a inflação ainda não voltou à meta, e há uma deterioração fiscal que deve continuar durante o governo Trump."

Toda essa combinação tem puxado o rendimento dos títulos do Tesouro americano. O título de 10 anos, referência para as economias globais, sobe mais de 4%, precificando uma taxa de 4,48%. A remuneração mais alta dos títulos americanos tende a aumentar a demanda por dólares, elevando o valor da moeda. O índice Dólar (DXY), que mede a variação da moeda americana em relação às principais divisas globais, registra alta de quase 2%, no maior patamar desde junho.

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