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Efeito Espanha derruba mercados na Europa

Ações ficaram sob pressão desde as primeiras horas de negócios, após o Banco Central da Espanha afirmar que a recessão no país provavelmente se aprofundou


	Recessão espanhola: país teve contração anual de 1,7%, devido às medidas de austeridade implementadas por Madri
 (Andrea Comas/Reuters)

Recessão espanhola: país teve contração anual de 1,7%, devido às medidas de austeridade implementadas por Madri (Andrea Comas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 14h06.

As bolsas europeias fecharam em forte baixa nesta terça-feira, sucumbindo a notícias desfavoráveis da Espanha e balanços negativos nos Estados Unidos. O índice Stoxx Europe 600 caiu 1,67%, encerrando o dia aos 268,40 pontos.

As ações na Europa ficaram sob pressão desde as primeiras horas de negócios, após o Banco Central da Espanha afirmar que a recessão no país provavelmente se aprofundou no terceiro trimestre, com uma contração anual de 1,7%, devido às medidas de austeridade implementadas por Madri. Na primeira estimativa do desempenho econômico espanhol entre julho e setembro, a instituição disse também que o Produto Interno Bruto (PIB) local encolheu 0,4% ante o segundo trimestre.

Além disso, a Moody's rebaixou na segunda-feira (22) a Catalunha e quatro outras regiões espanholas e o leilão de títulos realizado nesta terça-feira na Espanha, que vendeu 3,528 bilhões de euros (US$ 4,60 bilhões) em papéis de curto prazo, teve um resultado misto, com o yield (retorno ao investidor) subindo para um dos dois vencimentos ofertados.

Os balanços trimestrais e projeções divulgados por empresas americanas também encorajaram os investidores a se desfazer de ações nos mercados europeus. A DuPont, por exemplo, reduziu sua projeção de lucro para este ano e anunciou um plano de reestruturação que prevê o corte de 1,5 mil empregos. Já a receita da 3M ficou abaixo das expectativas e a empresa também revisou para baixo sua perspectiva de lucro para 2012. A United Technologies, por sua vez, diminuiu sua projeção de vendas para o ano.

Em Londres, o índice FTSE 100 perdeu 1,44% e terminou a sessão aos 5.797,91 pontos, com fortes quedas no setor de mineração e energia. Caíram no mercado inglês Kazakhyms (-4,6%), ENRC (-3,8%), Antofagasta (-3,4%), Petrofac (-2,5%) e BP (-2,3%). Em Paris, os dois maiores destaques de queda foram Schneider Electric e Solvay, ambos com perda de 3,5%, ajudando o índice CAC-40 a apresentar o maior recuo do dia entre os mercados mais líquidos, de 2,20%, para 3.406,50 pontos. Michelin evitou a tendência de baixa e avançou 3,4% após elevar suas projeções para o ano.

No mercado alemão, a Basf liderou as perdas, com recuo de 4,1%, e Bayer e Deutsche Bank apresentaram quedas de 3,8% e 3,6%, respectivamente. Como resultado, o índice das ações mais negociadas em Frankfurt, o DAX, perdeu 2,11%, para 7.173,69 pontos.

Em Madri, o índice Ibex 35 teve o segundo pior desempenho do dia, com baixa de 2,11%, para 7.173,69 pontos. Entre os bancos espanhóis, recuaram BBVA (-1,5%) e Santander (-1%). O setor financeiro também pesou em Milão, com o índice FTSE Mib declinando 1,81%, para 15.578,95 pontos e quedas do Banco Popolare (-2,4%) e Intesa Sanpaolo (-2,1%). Em Lisboa, o índice PSI-20 caiu 1,34%, para 5.395,26 pontos.

Entre bolsas europeias de liquidez reduzida, a de Atenas recuou 2,3%, com o índice ASE terminando a sessão aos 873,51 pontos. Além dos motivos que afetaram os demais mercados, o da Grécia reagiu também à notícia de que o governo local deverá cortar sua meta para a receita de privatizações para 10 bilhões de euros (US$ 13 bilhões) até 2016, de 19 bilhões de euros anteriormente, após não conseguir cumprir metas anteriores estabelecidas pelos credores internacionais do país. As informações são da Dow Jones.

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