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Economia global estabiliza preço da celulose em julho

São Paulo - O cenário de enfraquecimento da economia mundial, a volta do Chile ao mercado de celulose e a conclusão de que os preços da commodity já atingiram níveis bastante elevados fizeram com que os principais produtores mundiais, como as brasileiras Fibria e Suzano, não elevassem seus preços a partir de 1o de julho. […]

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2010 às 20h47.

São Paulo - O cenário de enfraquecimento da economia mundial, a volta do Chile ao mercado de celulose e a conclusão de que os preços da commodity já atingiram níveis bastante elevados fizeram com que os principais produtores mundiais, como as brasileiras Fibria e Suzano, não elevassem seus preços a partir de 1o de julho.

É a primeira vez em 2010 que as companhias não elevam os preços no primeiro dia do mês. Após seis reajustes consecutivos --exceto na Ásia, onde em maio os preços já haviam sido mantidos-- os valores por tonelada estão em 920 dólares na Europa, 950 dólares na América do Norte e 850 dólares na Ásia, todos já acima dos níveis pré-crise financeira.

Nos três primeiros meses do ano, os aumentos foram de 30 dólares por tonelada, enquanto em abril e maio as altas foram de 50 dólares por tonelada. Em junho, Europa e América do Norte voltaram a ter reajuste de 30 dólares.

A expectativa de analistas do setor de papel e celulose ouvidos pela Reuters é de que os preços sejam mantidos até o final do ano. Pequenos aumentos podem ocorrer por conta de ajustes cambiais, e se a China continuar a ter perspectivas de crescimento menores que o anteriormente previsto é possível até mesmo que os preços do insumo apresentem ligeiro recuo.

Em maio, o índice de atividade da indústria chinesa caiu para 53,9 pontos, comparado a 55,7 em abril e ligeiramente abaixo da previsão do mercado. Mesmo assim, foi o 15o mês consecutivo acima da marca dos 50.

"O cenário lá fora é de enfraquecimento da economia mundial, principalmente na Europa. E com a possibilidade de que a China não cresça tanto já não há mais força para novos aumentos", afirma o analista do setor de papel e celulose da SLW Corretora, Pedro Galdi.

Para ele, o fato de que o Chile, um dos maiores produtores mundiais do insumo, está voltando aos níveis normais de exportação após o forte terremoto que atingiu o país no final de fevereiro, corrigindo os estoques, tornou desnecessários novos aumentos.

Atualmente, os estoques globais de celulose estão em 27 dias.

"Novas elevações até o final do ano somente devem ocorrer se a economia mundial reverter a tendência e voltar a crescer", diz Galdi. "Caso contrário, é possível que haja um pequeno aumento no final do ano, mas por conta de ajustes cambiais."

O analista da Link Investimentos, Leonardo Alves, acredita na possibilidade de que os preços recuem ligeiramente até o final do ano. "Se a demanda da China pela celulose brasileira cair, é possível que os preços caiam, mas não o suficiente para que os valores voltem ao patamar de 2009", completa.

As ações da Fibria recuavam 0,33 por cento às 14h46, enquanto o Ibovespa apontava alta de 0,48 por cento. Já os papeis da Suzano, que não fazem parte da carteira teórica, caíam 1,71 por cento.
 

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