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É hora de apostar em ações chinesas? Morgan Stanley reverte pessimismo e aposta em recuperação

Os impulsionadores da atualização no mercado chinês também estão nos esforços das companhias para aumentar o valor das ações, incluindo recompras, uma mudança regulatória de "retificação para revitalização" e as capacidades da IA da China

Janaina Camargo
Janaina Camargo

Redatora na Exame

Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 08h54.

Os estrategistas do Morgan Stanley (MS) revisaram sua posição sobre as ações da China, passando de uma visão "profundamente cética" para "cautelosamente mais otimista". O banco agora recomenda uma posição neutra, refletindo o crescente otimismo de Wall Street sobre a possibilidade de uma alta sustentável.

A mudança de perspectiva está diretamente ligada aos avanços da inteligência artificial (IA) no país, conforme aponta um relatório obtido pelo Business Insider. O time de análise, liderado por Laura Wang, projeta que o índice MSCI China atingirá 77 pontos até o final de 2025, um aumento de 22% em relação à meta anterior e 4% acima do fechamento de quarta-feira, 19.

Os analistas indicam que uma mudança estrutural no mercado acionário chinês está finalmente em curso, especialmente no segmento offshore. "Isso nos deixa mais convencidos do que estávamos durante o rali de setembro passado de que a recente melhoria no desempenho do MSCI China pode ser sustentada", disseram.

O Goldman Sachs segue a mesma linha e elevou sua projeção para o MSCI China Index, agora com meta de 85 pontos. Entre os fatores que impulsionam o otimismo, estão os avanços da DeepSeek, empresa de IA, e um tom mais conciliador do presidente Xi Jinping com as big techs chinesas.

Oportunidade para investidores globais

A equipe do Morgan Stanley destaca que há grande espaço para investidores estrangeiros, uma vez que os fluxos internacionais ainda são limitados. Apesar da deflação ser um desafio no curto prazo para as ações onshore, o banco espera que esses papéis gradualmente acompanhem o desempenho dos ativos offshore.

Entre os fatores que sustentam essa atualização no mercado chinês, destacam-se:

  • Programas de recompra de ações por empresas chinesas;
  • Mudanças regulatórias, de um modelo de "retificação" para "revitalização";
  • Fortalecimento das capacidades de IA, tornando a China mais competitiva globalmente.

Apesar do otimismo crescente, o mercado segue volátil. Nesta quinta-feira, 20, o Hang Seng China Enterprises Index registrou queda de 1,3% às 9h50 em Hong Kong, acompanhando a leve baixa do MSCI China. Ainda assim, ambos os índices seguem mais de 20% acima das mínimas de janeiro. Já o CSI 300 Index, referência do mercado onshore, recuou 0,1%.

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