Jensen Huang: CEO da companhia mais valiosa do mundo apaziguou temores (Jade GAO /AFP)
Repórter
Publicado em 20 de novembro de 2025 às 07h55.
A Nvidia (NVDA) conseguiu acalmar os ânimos dos investidores nesta quinta-feira, 20, um dia depois de divulgar resultados acima do esperado por Wall Street. A companhia, atualmente avaliada em US$ 4,5 trilhões, colocou em cheque — pelo menos em partes — de que a inteligência artificial (IA) é uma bolha prestes a estourar. Às 7h43, no horário de Brasília, as ações da empresa subiam cerca e 5% no pré-mercado e acumulam alta de 39% no ano.
Com uma previsão de receita de US$ 65 bilhões para o trimestre de janeiro, cerca de US$ 3 bilhões a mais do que os analistas previam, a Nvidia afastou as preocupações sobre o futuro do setor de IA, que havia gerado incertezas nos últimos meses.
A empresa, liderada por Jensen Huang, destacou que a demanda por seus chips de IA permanece em alta, com uma crescente utilização dos aceleradores de IA (componentes caros e poderosos usados no desenvolvimento de modelos de inteligência artificial).
“Muito se tem falado sobre uma bolha da IA”, afirmou Huang em uma teleconferência com analistas. “Do nosso ponto de vista, vemos algo muito diferente.”
Com os bons resultados, muitos analistas ficaram otimistas com o futuro da empresa e do setor de IA.
Brian Mulberry, gerente de portfólio da Zacks Investment Management, que tem ações da Nvidia, reforçou à Bloomberg que a demanda por soluções de hardware da Nvidia segue forte, especialmente entre os grandes centros de dados.
Analistas também destacaram que o desempenho da Nvidia coloca a empresa em uma posição vantajosa frente aos rivais, como AMD e Broadcom, que ainda tentam ganhar terreno no mercado de chips para IA.
Por outro lado, Michael Burry, o investidor famoso por prever a crise de 2008, ofereceu um ponto de vista crítico em relação ao mercado de IA e ao alto custo energético associado aos chips usados pela Nvidia. Em seu perfil no X (antigo Twitter), Burry expressou preocupações sobre a sustentabilidade desses investimentos no longo prazo.
Burry comentou que, embora os chips da Nvidia sejam amplamente utilizados, o A100, chip mais antigo da empresa, consome de 2 a 3 vezes mais energia por operação (FLOP) do que os chips mais recentes, como o H100. Ele também questionou a eficiência energética da Nvidia, apontando que os H100 são 25 vezes menos eficientes em termos de consumo de energia do que os chips Blackwell, mais recentes.
Para Burry, isso representa um risco substancial para a rentabilidade, comparando a situação a aviões antigos que, apesar de serem usados, acabam sendo apenas marginalmente lucrativos. Ele se mostrou cético sobre a ideia de que a IA poderia sustentar um crescimento tão explosivo sem comprometer a viabilidade econômica no futuro.