Mercados

Dúvida sobre Europa e dados na China pesam no exterior

Otimismo dos mercados com resgate europeu de 750 bi de euros diminui, e ações dos setores bancário e de recursos básicos são afetados

Presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet: mercados financeiros fizeram "segunda avaliação" do pacote de ajuda da UE (.)

Presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet: mercados financeiros fizeram "segunda avaliação" do pacote de ajuda da UE (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Londres - A euforia que predominou nos mercados financeiros ontem, depois do anúncio do pacote de resgate europeu de 750 bilhões de euros, diminui hoje, com os investidores levantando dúvidas sobre a eficiência do socorro. Também não ajudaram as notícias vindas da China, onde dados econômicos indicam mais aperto na política monetária no futuro, e do Reino Unido, onde as negociações para formação de um governo de coalizão ainda estão incertas.

Ações dos setores bancário e de recursos básicos pesam sobre as bolsas europeias, em meio às dúvidas sobre a implementação do pacote de resgate europeu e às preocupações com as medidas de austeridade que países individuais serão forçados a tomar para poder receber dinheiro do plano. Além disso, a Grécia ainda é vista como um país que pode declarar calote, o que continua sendo uma ameaça para outros governos vulneráveis. Ontem a Moody's alertou que poderá rebaixar o rating grego para grau especulativo nas próximas semanas.

"Nós não queremos minimizar os efeitos e desviar a atenção da escala do mecanismo de estabilidade financeira europeu na contenção do pânico que predominou entre os investidores na semana passada, mas os participantes do mercado estão claramente fazendo segundas leituras hoje", observou Kenneth Broux, do Lloyds Banking Group.

Também surgiram hoje receios sobre potenciais novos apertos monetários na China, depois de o país informar que a inflação em abril ficou acima das expectativas. "Esses números vão alimentar o argumento de que a China está tendo dificuldades para controlar a inflação e terá dificuldades para manter a estabilidade dos preços sem enfraquecer sua crescente economia", afirmou a Dolmen Securities.


No Reino Unido, enquanto isso, os investidores começaram a contar com a possibilidade de um governo formado por uma coalizão minoritária, liderada pelo Partido Trabalhista. A avaliação surgiu depois de o atual primeiro-ministro, Gordon Brown, anunciar ontem sua renúncia, em uma tentativa do Partido Trabalhista de se manter no poder, já que essa era uma exigência dos Liberais Democratas para iniciarem discussões formais para uma coalizão entre os dois partidos. O Partido Conservador foi o que obteve a maioria do parlamento britânico nas eleições.

Nesse cenário, os fortes ganhos registrados por ativos mais arriscados ontem acabaram dando lugar a uma aversão ao risco nesta manhã, o que pressiona o euro e as commodities, além das bolsas. Às 8h25 (de Brasília), o índice FTSE-100 de Londres caía 1,78%, o CAC-40 de Paris recuava 2,44% e o DAX de Frankfurt cedia 1,34%.

No mercado de câmbio, o euro declinava para US$ 1,2678, de US$ 1,2775 no fim da tarde de ontem, enquanto o dólar caía para 92,33 ienes, de 93,15 ienes. Entre as commodities, o contrato futuro de petróleo com vencimento em junho tinha queda de 1,52%, para US$ 75,63 por barril, em Nova York. As informações são da Dow Jones.


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