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Dow Jones despenca mais uma vez e fecha em baixa de 4,15%

O cenário se repetiu nesta quinta-feira e foi impulsionado pela questão política nos Estados Unidos

Dow Jones: os três indicadores apagaram todos os ganhos vistos neste ano (Brendan Mcdermid/Reuters)

Dow Jones: os três indicadores apagaram todos os ganhos vistos neste ano (Brendan Mcdermid/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 19h36.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2018 às 22h38.

São Paulo - Os mercados acionários americanos voltaram a exibir fortes perdas nesta quinta-feira, 8, dando prosseguimento ao movimento de correção visto desde a última sexta-feira, quando os investidores saíram das ações em meio a expectativas de que os grandes bancos centrais começariam a apertar suas políticas, retirando a acomodação econômica vista nos últimos anos.

O cenário se repetiu nesta quinta-feira e foi impulsionado pela questão política nos Estados Unidos, enquanto os agentes monitoraram a possibilidade de uma nova paralisação do governo americano.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 4,15%, aos 23.860,46 pontos; o S&P 500 recuou 3,75%, aos 2.581,00 pontos; e o Nasdaq cedeu 3,90%, aos 6.777,16 pontos. Com esses resultados, os três indicadores apagaram todos os ganhos vistos neste ano.

A sinalização de que o período de dinheiro mais barato pode estar ficando para trás voltou a ecoar nos mercados. Logo no início do dia, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve o juro básico inalterado, mas sinalizou que provavelmente terá que aumentar a taxa mais rápido do que o previsto anteriormente. De acordo com adiretora de serviços macroeconômicos para investidores da Oxford Economics, Kathy Bostjancic, a sinalização do BoE e os "comentários de tom hawkish do presidente da instituição, Mark Carney, sobre as perspectivas da condução da política monetária em solo britânico" pesaram nos mercados americanos.

Durante os negócios em Nova York, o tom hawkish foi visto na fala do presidente da distrital de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), William Dudley. Em entrevista, o dirigente fez defesa da política monetária em curso na autoridade monetária dos EUA.

Conhecido por ser um membro centrista no debate dos "hawkish" contra os "dovish" na instituição, Dudley disse que "três altas nos juros ainda formam um cenário bastante razoável", além de ressaltar que a "precificação" da curva de juros é apropriada.

Além disso, o dirigente deixou a porta aberta para uma quarta elevação, ao dizer que o caminho do aperto dependerá da economia.

Não houve setor que resistisse à visão mais inclinada ao aperto por parte dos investidores. Bancos foram os que mais sofreram, com o subíndice financeiro do S&P 500 apresentando tombo de 4,51%. Entre as instituições financeiras, o Goldman Sachs caiu 4,18%, o JPMorgan cedeu 4,42%, o Citigroup recuou 4,16%, o Morgan Stanley despencou 5,06% e o Bank of America perdeu 4,83%.

A volatilidade também voltou a dar as caras. Após operar nos menores níveis da história no ano passado e no início de 2018, o índice de volatilidade da CBOE (VIX), considerado o medidor de medo de Wall Street, abandonou o período de calmaria e saltou 20,66%, cotado a 33,46 pontos.

Para o economista-chefe para EUA do BNP Paribas, Paul Mortimer-Lee, "a ilusão da baixa volatilidade para sempre foi esmagada" nos últimos dias.

Como pano de fundo, esteve a tensão política em Washington. Apesar de um acordo entre os líderes no Senado americano para a aprovação de uma medida orçamentária que estende o financiamento ao governo em dois anos, deputados democratas já se mostraram contrários à medida devido à ausência da questão imigratória, que voltou a pesar nas techs.

A única ação entre as gigantes de tecnologia que fechou em alta foi a do Twitter (+12,15%), que apresentou seu primeiro lucro líquido desde que abriu capital.

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