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Dólar zera perdas e termina estável antes do Copom

Divisão entre participantes do mercado e analistas sobre qual será magnitude do aumento na Selic que o BC deve anunciar nesta quarta-feira causou volatilidade


	Dólar: o dólar à vista no balcão terminou a sessão estável, cotado a R$ 2,3560
 (Getty Images)

Dólar: o dólar à vista no balcão terminou a sessão estável, cotado a R$ 2,3560 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 16h04.

São Paulo - O avanço do dólar no exterior foi contrabalançado pela perspectiva de entrada de recursos no País, devido às recentes captações de empresas brasileiras.

Essas forças contrárias fizeram com que a moeda, na reta final dos negócios, reduzisse as perdas registradas ao longo do pregão e terminasse estável.

Além disso, a divisão entre participantes do mercado e analistas sobre qual será a magnitude do aumento na Selic que o Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira, 15, também causou volatilidade.

O dólar à vista no balcão terminou a sessão estável, cotado a R$ 2,3560, após passar quase todo o pregão no território negativo.

Por volta das 16h30, o giro era próximo de US$ 904,66 milhões, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa. No mercado futuro, o dólar para fevereiro avançava 0,11%, a R$ 2,3645. O volume de negociação era próximo de US$ 14,21 bilhões.

O dólar tem sido pressionado pela expectativa de entrada de recursos no País, em função das emissões externas de grandes companhias. O Santander informou hoje que seu conselho aprovou, na terça-feira, 14, a emissão de instrumentos na forma de notes, equivalentes a quase R$ 6 bilhões.

Nos últimos dias Petrobras e BNDES já haviam vendido dívidas no exterior e há rumores de que Banco do Brasil e Caixa podem ser os próximos. Além disso, o BC inicia na quinta-feira, 16, a rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em 3 de fevereiro. Estão programados para vencer 220.550 contratos, o equivalente a aproximadamente US$ 11,028 bilhões.

No noticiário nacional, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou hoje que a inflação de janeiro medida pelo IGP-10 subiu 0,58%, após alta de 0,44% em dezembro. O resultado ficou dentro das previsões dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam uma taxa de 0,39% a 0,77%, e abaixo da mediana estimada, de 0,61%.


Nesse cenário, o mercado segue dividido sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta noite, ainda que um pouco mais inclinado a uma elevação de 0,5 ponto porcentual.

Um operador do mercado de juros notou "zeragem" de posições vendidas em taxa que representariam a aposta de 0,25 ponto porcentual. Outro participante disse que alguns investidores aproveitaram para realizar lucro mesmo antes da decisão, após a recente alta das taxas.

Nos EUA, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em dezembro ante novembro, dentro do esperado. Na variação anual, o ganho foi de 1,2%. Inicialmente, o número sugere que a inflação no país pode estar acelerando, após três meses de deflação, na margem.

Mesmo assim, a alta dos preços ao produtor em 2013 foi a menor desde 2008, quando a economia estava em recessão. Enquanto isso, o índice Empire State de atividade industrial na região de Nova York saltou para 12,51 em janeiro, bem acima da previsão de 3.

O Banco Mundial, por sua vez, atualizou na noite de ontem suas projeções para a economia global em 2014, com revisão para cima na expectativa de crescimento, a 3,2%, em função da recuperação das economias desenvolvidas. O Brasil, na opinião da instituição, deve crescer 2,4% este ano.

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