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Dólar volta a subir na Argentina, mas em ritmo moderado

Venda da moeda americana, três altas de juros e redução da meta do déficit fiscal controlaram instabilidade, mas peso ainda caiu 0,45% nesta segunda (7)

Peso argentino: moeda caiu 0,45% em relação ao dólar nesta segunda-feira (Diego Giudice/Bloomberg)

Peso argentino: moeda caiu 0,45% em relação ao dólar nesta segunda-feira (Diego Giudice/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 7 de maio de 2018 às 19h17.

O dólar subiu novamente nesta segunda-feira em relação ao peso argentino, mas em um ritmo menor do que o registrado na semana passada, um movimento que obrigou o Banco Central a elevar as taxas de juros e fez com que o governo da Argentina anunciasse cortes de gastos e reduzisse as metas de déficit fiscal para o ano.

O mercado abriu a semana com forte expectativa sobre o comportamento da moeda local. Depois de passar parte do dia estável, o peso argentino fechou a segunda-feira em baixa de 0,45% em relação ao dólar, cotado a 22,30, valor dez centavos acima da última sexta-feira.

No fim da última semana, a venda de dólares realizada pelo Banco Central, as três altas em uma só semana das taxas de juros, que chegaram a 40%, e a redução da meta do déficit fiscal conseguiram controlar relativamente a situação. Nos sete dias anteriores, o dólar tinha passado de 20,80 pesos para 23,30 na quinta-feira.

Forte defensor do livre mercado e autor do livro "Argentina devorada", no qual defende uma mudança radical no modelo econômico adotado pelo país nas últimas décadas, o economista José Luis Espert afirmou que o governo terá que fazer mais para manter a calma.

Espert dá duas sugestões ao presidente do país, Mauricio Macri: lançar um pacote fiscal mais sólido ou um novo programa monetário.

As variações cambiais têm influência especial no país. Apesar de a população receber seus salários em peso, a histórica inflação educou os argentinos a depender fortemente do dólar. Dessa forma, eles preferem trocar seu dinheiro antes de guardar na poupança.

Macri se elegeu com a promessa de controlar a inflação, mas não teve tanto sucesso na missão até então. Em 2017, o índice foi de 24,8%. Só no primeiro trimestre deste ano, o avanço é de 6,7%.

O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, em entrevista concedida ontem, afirmou que os argentinos podem ficar tranquilos e confiar nas políticas adotadas pelo governo. "A volatilidade cambial daqui em diante será muito mais baixa", prometeu.

"O que tem movimentado o dólar na Argentina no último mês é muito parecido ao que ocorreu com o rublo russo e a moeda da África do Sul. Agora, quando começamos a notar uma pressão adicional, nos juntamos e coordenamos políticas para levar tranquilidade aos mercados", afirmou Dujovne.

O ministro destacou que a redução do déficit fiscal neste ano de 3,2% para 2,7%, o que permitirá uma economia de US$ 3,2 bilhões, fez com que o mercado cambial se estabilizasse na sexta-feira devido à confiança transmitida pelo governo. No entanto, parte do dinheiro poupado será retirado do orçamento para obras públicas.

Sobre a alta das taxas de juros - de 27,25% a 40% em uma semana -, Dujovne afirmou que, no curto prazo, a medida representa um papel "muito importante" para evitar um "choque", mas reconheceu que haverá impacto na atividade econômica se o índice permanecer elevado por muito tempo.

O governo de Macri alega que as altas das taxas de juros nos Estados Unidos elevaram o câmbio de outras moedas no mundo e culpa a "demagogia" da oposição para explicar a situação no país.

Nas últimas semanas, diversos grupos de oposição tentaram aprovar no Congresso um projeto para conter os aumentos promovidos por Macri para atualizar as tarifas de eletricidade e gás no país, congeladas durante a gestão de Cristiana Kirchner. O atual governo afirma que a medida teria um custo milionário caso fosse aprovada.

"O atraso (dos reajustes) das tarifas implicaria em um aumento do déficit fiscal de 100 bilhões de pesos por ano (US$ 4,55 bilhões). É demagogia porque não é papel do congresso estabelecer a política tarifária", afirmou o ministro.

Dujovne prevê que a inflação será um pouco mais alta do que o esperado, mas explicou que o governo não deve modificar a meta para o ano, de 15%, apesar da desconfiança de muitos analistas.

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