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Dólar fecha abaixo de R$3,15 após ata do Fed

Segundo a ata do Fed, alguns membros chegaram a pedir a interrupção do aumento da taxa de juros até que estivesse claro que a tendência da inflação

Dólar: "A ata mostra menor força da inflação, sinal de uma economia menos aquecida" (Antonistock/Thinkstock)

Dólar: "A ata mostra menor força da inflação, sinal de uma economia menos aquecida" (Antonistock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 16 de agosto de 2017 às 16h31.

Última atualização em 16 de agosto de 2017 às 17h36.

São Paulo - O dólar encerrou a quarta-feira em queda e ficou abaixo de 3,15 reais após a ata do banco central norte-americano sinalizar maiores preocupações com a inflação fraca, o que pode esvaziar de vez as apostas de nova alta de juros nos Estados Unidos este ano, e depois da revisão das metas fiscais no Brasil.

O dólar recuou 0,84 por cento, a 3,1463 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,1458 reais. Na máxima, a moeda foi a 3,1787 reais. O dólar futuro recuava cerca de 0,80 por cento.

"A ata mostra menor força da inflação, sinal de uma economia menos aquecida, o que posterga as apostas de um novo aumento de juros", explicou o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer.

Segundo a ata do Federal Reserve, alguns membros chegaram a pedir a interrupção do aumento da taxa de juros até que estivesse claro que a tendência de inflação fraca era transitória.

A ata sinalizou ainda que o Fed está cada vez mais pronto para começar a reduzir seu balanço patrimonial de 4,2 trilhões de dólares.

No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Até a ata do Fed, o dólar vinha operando com leves oscilações, predominantemente em queda, após o governo mudar a meta fiscal deste e dos próximos anos e ter lançado mão de algumas medidas de aumento de receitas.

"O anúncio ficou dentro da expectativa, mas ainda é preciso aprovar tudo o que o governo sugeriu", afirmou o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira, ressaltando que a aprovação da reforma da Previdência também é essencial.

Na véspera, o governo anunciou novas e maiores metas de déficit primário, que subirão a 159 bilhões de reais neste e no próximo ano, confirmando a tendência de deterioração das contas públicas, que pode ser ainda pior caso o Congresso Nacional não aprove medidas impopulares que foram apresentadas para limitar o rombo e aumentar as receitas.

Entre elas, a reoneração da folha de pagamento de empresas e a elevação da contribuição previdenciária por funcionários públicos.

De modo geral, os mercados já haviam precificado essas mudanças no cenário fiscal antes. Por isso, nem mesmo o voto de confiança dado ao governo pela Standard & Poor's na véspera fazia muito preço nessa sessão.

A agência de classificação de risco retirou a observação negativa sobre o rating do Brasil. Na prática, isso significa que tirou do radar a possibilidade de corte da nota do país sem um aviso prévio.

"Se houvesse uma alteração na nota pela S&P, teria forte impacto no mercado", afirmou o presidente do correspondente cambial BeeCâmbio, Fernando Pavani.

Nesta quarta-feira, a Moody's também informou que a revisão da meta de déficit primário para este ano não deve trazer um impacto para a avaliação de rating do Brasil.

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