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Dólar vai abaixo de R$ 3,15 com IPO e trégua na política

Na véspera, o Carrefour Brasil fez sua oferta inicial de ações (IPO), movimentando 5,125 bilhões de reais

Dólar: "Os IPOs têm ajudado no ingresso de recursos" (Dado Ruvic/Reuters)

Dólar: "Os IPOs têm ajudado no ingresso de recursos" (Dado Ruvic/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de julho de 2017 às 17h40.

Última atualização em 19 de julho de 2017 às 17h59.

São Paulo - O dólar fechou em queda nesta quarta-feira, já abaixo do patamar de 3,15 reais, influenciado pela expectativa de ingresso de recursos externos e ainda em meio ao ambiente político doméstico mais calmo.

O dólar recuou 0,19 por cento, a 3,1493 reais na venda, já acumulando no mês queda de 4,94 por cento.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,1450 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,25 por cento no final da tarde.

"Os IPOs têm ajudado no ingresso de recursos", afirmou o analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo, acrescentando que está havendo movimento global de menor aversão ao risco que favorece países emergentes como o Brasil.

Na véspera, o Carrefour Brasil fez sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), movimentando 5,125 bilhões de reais.

Na sexta-feira, deve sair a precificação da Biotoscana Investments e ainda estão na lista para abertura de capital a empresa de tecnologia Tivit Terceirização de Processos, a operadora de planos de saúde Notre Dame, a resseguradora IRB Brasil e a geradora de energia Ômega.

Além disso, o ambiente político mais tranquilo com o recesso parlamentar dava uma trégua para os investidores, que também percebiam certo alívio nas relações entre o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após jantar entre os dois na véspera, em meio à polêmica sobre tentativas de ambos cooptarem deputados da bancada do PSB para seus respectivos partidos.

Temer enfrenta denúncia por crime de corrupção passiva, cujo andamento terá de receber o aval da Câmara. O mercado continuava apostando que, com ou sem o presidente, a agenda de reformas deverá prosseguir, uma vez que a atual equipe econômica poderia continuar mesmo com outro assumindo a Presidência do país. Na linha sucessória, está Maia.

Mesmo sem condições políticas de tocar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados antes de resolver a crise causada pela denúncia contra Temer, o Palácio do Planalto decidiu investir na reforma tributária, que não exige mudanças constitucionais e tem potencial para criar boas notícias para o governo mais rapidamente.

No exterior, os mercados também deram suporte para o clima mais positivo para moedas de países emergentes, com apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não deve elevar tanto os juros da maior economia do mundo, movimento que aumentaria o potencial para atrair recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.

Além disso, os investidores estavam à espera das reuniões de política monetária do Banco do Japão e do Banco Central Europeu (BCE), no dia seguinte.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou 3,320 bilhões de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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