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Dólar tomba 1,6% e vai abaixo de R$3,15 com movimento de correção

Dados sobre o mercado de trabalho norte-americano corroboraram as apostas de que o Federal Reserve subirá os juros na próxima semana

Dólar: na semana, o dólar acumulou valorização de 0,91%, terceira semana seguida de alta, período no qual acumulou ganhos de 1,64% (Antonistock/Thinkstock)

Dólar: na semana, o dólar acumulou valorização de 0,91%, terceira semana seguida de alta, período no qual acumulou ganhos de 1,64% (Antonistock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 10 de março de 2017 às 17h17.

São Paulo - O dólar fechou a sexta-feira com queda de mais de 1,5 por cento e novamente abaixo de 3,15 reais depois que dados sobre o mercado de trabalho norte-americano corroboraram as apostas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, subirá os juros na próxima semana, como amplamente precificado desde a semana passada.

O dólar recuou 1,60 por cento, a 3,1435 reais na venda, depois acumular alta de 2,39 por cento nos dois pregões anteriores. O dólar futuro caía cerca de 1,6 por cento no final da tarde.

Na semana, o dólar acumulou valorização de 0,91 por cento, terceira semana seguida de alta, período no qual acumulou ganhos de 1,64 por cento.

"(Os dados de emprego) são uma combinação que autorizam o Fed a subir os juros na semana que vem. No entanto, essa previsão já está largamente precificada", comentou o analista da gestora CIBC Capital Markets Andrew Grantham.

A criação de vagas fora do setor agrícola nos Estados Unidos atingiu a marca de 235 mil postos de trabalho no mês passado. Economistas consultados pela Reuters projetavam que a criação de vagas seria de 190 mil vagas.

Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, as apostas de alta de juros na semana que vem estavam em cerca de 90 por cento nesta sessão, em linha com a precificação na véspera.

"Ainda que o dado tenha vindo acima do esperado, o que ele agrega às apostas sobre a condução da política monetária foi antecipado pelo resultado mais forte da ADP", informou a corretora CM Capital Markets em nota, referindo-se aos dados sobre emprego privado nos Estados Unidos divulgados nesta semana.

Ao elevar as taxas de juros dos Estados Unidos, o Fed pode atrair ao país recursos aplicados atualmente em outras praças, como a brasileira.

O Fed se reúne nos próximos dias 14 e 15. Pesquisa Reuters mostrou que, pela mediana dos analistas consultados, o banco central norte-americano deve elevar os juros três vezes neste ano, começando pela reunião que vem.

"Por ora, acho que o Fed não vai mudar a estratégia dele, mantendo as três tranches. Eventualmente, vejo uma chance de ele aumentar o passo da elevação", avaliou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

O mercado financeiro também continuou de olho no cenário político brasileiro, sob a expectativa pela divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com pedidos de abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas 77 delações de executivos da Odebrecht.

A lista, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters, deve chegar a 30 pessoas com foro privilegiado e pode incluir membros do primeiro escalão do governo.

O Banco Central brasileiro mais uma vez não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão.

Ainda havia no mercado expectativa sobre o que o BC fará com os swaps tradicionais que vencem em abril, equivalente a 9,711 bilhões de dólares, se fará alguma rolagem ou não.

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