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Dólar termina em baixa com otimismo em relação às negociações de EUA-China

Viés otimista com o Brasil além da possibilidade de que a reforma da Previdência tende a ser mais agressiva do que a de Temer animou investidores

O dólar recuou 0,50%, a R$ 3,7155 na venda, depois de ter subido 0,53% cento na véspera (Sergey Nazarov/Thinkstock)

O dólar recuou 0,50%, a R$ 3,7155 na venda, depois de ter subido 0,53% cento na véspera (Sergey Nazarov/Thinkstock)

Janaína Ribeiro

Janaína Ribeiro

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 17h36.

São Paulo - O dólar fechou em baixa ante o real nesta terça-feira, com o mercado otimista com um provável desfecho positivo nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China e também com o governo Jair Bolsonaro, que realizou nesta terça-feira uma nova reunião ministerial.

O dólar recuou 0,50 por cento, a 3,7155 reais na venda, depois de ter subido 0,53 por cento na véspera. Durante a sessão, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de 3,7045 reais e a máxima de 3,7435 reais.

"O mercado entrou o ano com um viés otimista com o Brasil... além disso, tem a notícia de que a reforma da Previdência tende a ser até mais agressiva do que a de Temer", disse o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

Ele se referia à notícia trazida pela Folha de S.Paulo de que a equipe econômica do novo governo estuda proposta de reforma da Previdência que prevê uma regra de transição de 10 a 12 anos, período bem mais curto do que os 21 anos previstos na versão do ex-presidente Michel Temer, o que representaria uma maior economia de gastos.

Mas, após a segunda reunião ministerial do governo Bolsonaro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, disse apenas que as idades mínimas para aposentadoria precisam ser viáveis para que a reforma da Previdência possa ser aprovada no Congresso.

Sem nenhuma medida por ora, o mercado espera que o encontro desta terça-feira tenha servido ao menos para que a equipe se alinhe depois do mal-estar da última semana, quando o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “se equivocou” ao dizer que havia assinado um aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O episódio levou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a tecer uma série de elogios na véspera ao presidente e a afirmar que a equipe está afinada.

Os investidores também ficaram atentos ao encontro entre representantes dos Estados Unidos e da China, na tentativa de costurar um acordo que dê fim à guerra comercial entre os dois países, que ameaça uma desaceleração econômica global.

Steven Winberg, um representante da delegação dos EUA, disse que as negociações continuarão na quarta-feira.

No exterior, o dólar subia ante a cesta de moedas, em dia de recuo do euro com pressão de dados fracos sobre a economia alemã. A moeda norte-americana operava mista ante as divisas de países emergentes, em alta ante o rublo e queda ante o peso chileno.

O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 3,350 bilhões de dólares do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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