Dólar: "Pelo que temos visto, o dólar tem obedecido a uma banda de 3,25 a 3,30 reais" (foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 6 de junho de 2017 às 18h00.
São Paulo - Depois de subir nos três pregões anteriores e testar o nível de 3,30 reais nesta terça-feira, o dólar encerrou a sessão em queda, com investidores enxergando bom preço para venda, num movimento ajudado pela volta do Banco Central ao mercado de câmbio no dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
O dólar recuou 0,35 por cento, a 3,2765 reais na venda. Na máxima, marcou 3,3025 reais e, na mínima, de 3,2730 reais. O dólar futuro cedia cerca de 0,65 por cento.
"Pelo que temos visto, o dólar tem obedecido a uma banda de 3,25 a 3,30 reais", afirmou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
Essa banda informal veio com a cautela dos investidores diante da cena política, após o presidente Michel Temer ser duramente atingido por delações de executivos do grupo J&F e passar a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime, entre outros, de corrupção passiva.
O julgamento da chapa Dilma Rousseff-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que começa nesta noite, pode culminar na saída do presidente.
Para os investidores, o importante é as reformas trabalhista e da Previdência continuarem andando no Congresso Nacional.
Por essa razão, os investidores também trabalharam atentos à votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, marcada para esta terça-feira.
O dólar chegou a abrir em alta, ainda com a cautela com o cenário político, mas quando atingiu o nível de 3,30 reais, muitos investidores enxergaram boa oportunidade para vender.
A volta do BC ao mercado ajudou nesse movimento de queda do dólar. A autoridade monetária vendeu nesta sessão 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para a rolagem dos contratos que vencem julho.
Com isso, rolou o equivalente a 410 milhões de dólares do total para o mês que vem, de 6,939 bilhões de dólares.
Se mantiver esse ritmo até o final do mês e vender sempre todos os swaps, rolará integralmente o vencimento de julho. A rolagem de junho também foi integral, equivalente a 4,435 bilhões de dólares.