A OCDE acha que "as finanças públicas de inúmeros estados estão numa trajetória insustentável" (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2011 às 18h05.
São Paulo - Depois de uma escalada agressiva, o dólar despencou quase 4% hoje, beneficiado por um movimento global de abrandamento na aversão ao risco e também por indicações de que o Banco Central está disposto a atuar no mercado garantindo que a negociação do câmbio siga com liquidez. No balcão, o dólar bateu R$ 1,8370 na mínima (-3,82%), e alcançou R$ 1,9200 na máxima (+0,52%) para, então, fechar cotado em R$ 1,8420, em queda de 3,56%. Na semana, a moeda dos Estados Unidos teve valorização de 6,47%. No mês, registra ganho de 16,22%, e no ano, de 11,18%.
No pronto, o dólar fechou na mínima, em R$ 1,8490, em baixa de 2,38%. Na máxima, atingiu R$ 1,8956 (+0,08%). No âmbito externo, a moeda norte-americana foi beneficiada por rumores de que o Banco Central Europeu (BCE) estaria considerando reintroduzir operações de liquidez de 12 meses para os bancos. Por aqui, o dólar continuou refletindo os efeitos da intervenção do Banco Central realizada no dia anterior. Agora, a expectativa é com a reunião do G-7 neste final de semana, no âmbito da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, em Washington.
As declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, que está nos Estados Unidos para a reunião do FMI, passaram tranquilidade ao mercado, na avaliação de Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora. Em Washington, Tombini garantiu que o BC tem "capacidade de fazer com que o mercado de câmbio continue funcionando de forma adequada, com liquidez". "Toda vez que nós sentirmos a necessidade de entrar no mercado, o Banco Central estará lá para assegurar a tranquilidade do mercado de câmbio no Brasil", disse.
Com as intervenções do BC, acrescenta Battistel, da Fair, dá para ter indicações de que os níveis do dólar entre R$ 1,94 e R$ 1,95 podem ser considerados teto de negociação. Diante do arsenal e disposição manifestados pelo BC, não fizeram preço as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, falando também em Washington, de que não há decisão para reverter a cobrança do IOF. Na prática, analistas acreditam que o governo vai acabar tendo de reverter a taxação do IOF para o mercado de derivativos.
Para João Medeiros, da Pioneer Corretora, a valorização do dólar é, em especial, reflexo da "asfixia" provocada pelo IOF sobre operações no mercado futuro de câmbio. A medida, enfatizou o diretor da Pioneer Corretora, não separou o que seria especulação e o que é operação de proteção dos exportadores brasileiros. No lado externo, às 17h19, o euro subia a US$ 1,3505 ante US$ 1,3464 no fim da tarde de ontem em Nova York.