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Dólar tem pouca variação de olho na cena política local

Às 10:46, o dólar recuava 0,16%, a 4,0410 reais na venda

Câmbio: dólar tinha pouca variação ante o real nesta sexta-feira (Thomas Trutschel/Getty Images)

Câmbio: dólar tinha pouca variação ante o real nesta sexta-feira (Thomas Trutschel/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 24 de maio de 2019 às 09h18.

Última atualização em 24 de maio de 2019 às 10h58.

São Paulo — O dólar tinha pouca variação ante o real nesta sexta-feira, com razoável alívio quanto à disputa comercial entre Estados Unidos e China após comentários positivos do presidente norte-americano, Donald Trump, e de olho no cenário político nacional.

Às 10:46, o dólar recuava 0,16%, a 4,0410 reais na venda.

Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,18%, a 4,0474 reais na venda.

O dólar futuro rondava a estabilidade neste pregão.

Na quinta-feira, Trump previu um rápido final para a guerra comercial com a China, mesmo que no momento não exista previsão para uma nova rodada de negociação, e disse que as reclamações do país contra a Huawei podem ser resolvidas dentro da estrutura de um acordo.

Vindo na esteira de declarações e medidas agressivas de ambas as partes, a fala de Trump ajudou a melhorar o sentimento nesta sexta-feira, dando espaço para um recuo do dólar contra o real.

Da cena interna, o real ainda se beneficia da percepção de comprometimento do Congresso em avançar a pauta econômica.

No entanto, declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista publicada no site da Veja nesta sexta-feira, de que irá renunciar ao cargo se a reforma da Previdência pretendida pelo governo virar uma "reforminha" inspirou cautela.

Há uma leitura de que a declaração de Guedes tem como alvo parlamentares, o que pode causar irritação em um momento delicado na relação entre Executivo e Legislativo.

Na avaliação do economista-chefe da Geral Asset, Denilson Alencastro, o momento pede cuidado, especialmente em função da importância do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na articulação da reforma da Previdência.

"Rodrigo Maia conseguiu se colocar como essa figura do primeiro-ministro. O presidente tem que saber negociar com o Maia", afirmou.

Investidores também trazem no radar as manifestações pró-governo previstas para domingo. Parte do mercado entende que ambos os cenários -- protestos esvaziados ou com alto comparecimento -- não são interessantes para o governo no atual momento.

Se esvaziados, podem enfraquecer ainda mais o presidente Jair Bolsonaro. Se tiverem um bom comparecimento, podem irritar o Congresso, o que ocorreria em um momento importante em que o governo precisa que parlamentares votem uma série de medidas provisórias que caducam em poucos dias.

O BC realiza neste pregão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.

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