Dólar: o ambiente político interno também permanecia no radar (Thinkstock/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 20 de outubro de 2017 às 10h52.
São Paulo - O dólar tinha leves variações frente ao real nesta sexta-feira, com os investidores de olho na cena externa em meio a expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar a taxa de juros mais do que o esperado.
O ambiente político interno também permanecia no radar, com dúvidas sobre qual o capital político que o governo do presidente Michel Temer terá para dar continuidade às reformas no futuro próximo.
Às 10:40, o dólar avançava 0,06 por cento, a 3,1779 reais na venda, depois de bater 3,1825 reais na máxima do dia. O dólar futuro era negociado com alta de 0,28 por cento.
"A aprovação do orçamento pelo Senado dos Estados Unidos é a principal notícia hoje, pois aumenta a chance de reforma tributária, o que impulsiona o dólar", afirmou o analista-chefe da Rico Corretora, Roberto Indech.
No exterior, o dólar subia frente a uma cesta de moedas e a algumas divisas de países emergentes, como o peso mexicano, após o Senado dos Estados Unidos aprovar o esboço do orçamento para o ano fiscal de 2018 que abrirá caminho para o pacote de cortes de impostos do presidente Donald Trump.
Com isso, podem crescer as apostas dos investidores de que o impulso fiscal elevará a inflação e, assim, levar o Fed aaumentar a taxa de juros mais do que o mercados têm esperado.
Juros elevados nos Estados Unidos têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos hoje aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.
Os Treasuries norte-americanos subiam nesta sessão, com destaque para o título de 10 anos, cujos rendimentos bateram a máxima do dia em 2,372 por cento, maior patamar em cerca de uma semana e meia.
Internamente, o cenário político continuava deixando os investidores atentos. Já estava precificada a vitória de Temer na Câmara dos Deputados na próxima semana, quando o plenário da Casa vota se barra a denúncia contra o presidente ou não.
O temor, no entanto, era sobre quanto o governo sairá desgastado desse processo e como conseguirá dar prosseguimento a importantes pautas econômicas no Congresso Nacional, em especial a reforma da Previdência.
"Quanto ao cenário político, ainda há muita cautela. Embora a absolvição de Temer já esteja precificada, não há certeza sobre a aprovação da reforma da Previdência. Se ela for aprovada em uma versão mais enxuta, não se sabe se ela causará o efeito necessário", afirmou o operador da corretora Advanced, Alessandro Faganelo.