Dólar: Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 24 de março de 2017 às 12h31.
São Paulo - O dólar exibia leves variações ante o real nesta sexta-feira, com os investidores sob a expectativa da votação de projeto de saúde nos Estados Unidos, determinante para mostrar a força do presidente norte-americano Donald Trump, e ainda cautelosos com a cena política doméstica.
Os desdobramentos da Operação Carne Fraca também continuavam no horizonte dos investidores, sobretudo seus efeitos sobre as exportações brasileiras.
Às 12:07, o dólar recuava 0,28 por cento, a 3,1289 reais na venda, depois de ter ido a 3,1511 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,4 por cento.
"Uma derrota do Trump pode gerar uma onda de instabilidade", afirmou o economista-chefe da corretora Infinity, Jason Vieira. "É difícil saber qual será o efeito sobre o mercado local. O dólar pode ir a 3,20 reais", acrescentou.
A votação do projeto de saúde que pode substituir o Obamacare foi adiada para esta sexta-feira pelo temor dos republicanos de que não obteriam os votos necessários. A votação é vista pelos mercados financeiros como um teste crucial das habilidades de Trump em trabalhar com o Congresso para aprovar seus planos, incluindo planejados cortes de impostos e gastos em infraestrutura.
Internamente, os investidores mantinham a cautela com o andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional, depois que o governo obteve placar apertado para a votação da terceirização na Câmara dos Deputados no meio da semana.
A reforma da Previdência é considerada essencial para o país colocar as contas públicas em ordem e pavimentar caminho para crescimento econômico sustentável.
A percepção de que a interrupção da venda de carnes para diversos países depois da operação Carne Fraca vai prejudicar a balança comercial também era repercutida pelos investidores.
"Os importadores sabem que entrarão menos recursos no país e começaram a se antecipar e comprar dólares, prevendo menos moedas à frente", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Por ora, esse movimento era suavizado pela ação dos exportadores, que entram vendendo em meio à alta da moeda norte-americana.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares --ofertados para rolagem dos contratos de abril. Já foram sete leilões iguais, que reduziram a 6,211 bilhões de dólares o estoque que vence no mês que vem.