Dólar: Banco Central brasileiro continuou sem anunciar qualquer intervenção no mercado de câmbio (foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 10h44.
São Paulo - O dólar tinha leves oscilações ante o real nesta quinta-feira, mantendo o ritmo visto nos últimos dias e acompanhando o comportamento da moeda norte-americana no exterior em meio à aversão ao risco com as eleições na Europa e a condução do governo do presidente norte-americano, Donald Trump.
Internamente o mercado permanecia de olho no cenário político, enquanto a perspectiva de ingresso de recursos externos continuava contribuindo para alívio na pressão compradora.
Às 10:22, o dólar avançava 0,02 por cento, a 3,1204 reais na venda, depois de fechar a véspera com leve alta de 0,08 por cento. O dólar futuro estava praticamente estável, com leve alta de 0,03 por cento.
No acumulado dos quatro últimos pregões, o dólar registrou apenas ligeira baixa de 0,07 por cento ante a moeda brasileira.
"O mercado está monitorando o noticiário, mas tem tentado não se deixar contaminar pelas informações negativas, ajudado ainda pelos ingressos e expectativa de ainda mais fluxo", destacou o sócio da Omnix Corretora Vanderlei Muniz.
No exterior, os investidores continuavam de olho nas eleições na Europa, sobretudo na França, com o risco de a candidatura de Marine Le Pen, de extrema-direita, sair vitoriosa no pleito para Presidência do país. E, nos Estados Unidos, os investidores ainda aguardavam novidades sobre as medidas econômicas de Trump, que tem reforçado seu perfil protecionista.
O dólar registrava leve alta ante uma cesta de moedas e operava misto ante divisas emergentes, com pequena elevação ante o peso mexicano e rand sul-africano e queda sobre a lira turca.
Internamente, o cenário político trouxe novidades cujos desdobramentos estavam no radar dos agentes, com destaque para o fato de a Polícia Federal ter concluído inquérito que investigou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no âmbito da operação Lava Jato e apontou indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O temor no mercado era de que, com isso, votações de importantes projetos ao governo sejam atrapalhadas, como a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
"Essas questões geram apreensão mas, por ora, o contexto geral de Brasil está melhor e dá segurança para o investidor aportar aqui", avaliou o economista-chefe da gestora Infinity Asset, Jason Vieira.
A perspectiva de entrada de mais recursos externos, depois de várias captações de empresas no país terem saído do papel, ajudava a evitar altas mais consistentes do dólar frente ao real.
O Banco Central brasileiro continuou sem anunciar qualquer intervenção no mercado de câmbio, pelo menos por enquanto, nesta sessão.