Preocupação: investidores ainda estão cautelosos com o desenrolar da greve dos caminhoneiros e o anúncio de paralisação dos petroleiros (Gary Cameron/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 28 de maio de 2018 às 09h16.
Última atualização em 28 de maio de 2018 às 10h10.
São Paulo - O dólar voltou a ultrapassar os R$ 3,70 na manhã desta segunda-feira, 28, em alta pela terceira sessão seguida em meio à apreensão com a continuidade da greve de caminhoneiros pelo oitavo dia consecutivo - e o impacto fiscal de R$ 9,5 bilhões das medidas até agora anunciadas pelo governo.
Além disso, há uma grande preocupação com a ameaça de greve agora da Federação Única dos Petroleiros, por 72 horas, a partir da meia-noite de quarta-feira. O governo, porém, quer deixar essa discussão para um segundo momento.
Na noite de domingo, o presidente Michel Temer anunciou em cadeia nacional as medidas, em meio a panelaços em todo o País. As seis medidas anunciadas são redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel, que corresponde aos valores do PIS/Cofins e da Cide, somados; garantia de congelamento do preço do diesel por 60 dias. Depois disso, o reajuste será mensal, de 30 em 30 dias; edição de Medida Provisória para isenção de eixo suspenso em praças de pedágios, tanto em rodovias federais, como nacionais; estabelecimento de uma tabela mínima de frete, conforme previsto no PL 121, em análise no Congresso; garantia de que não haverá reoneração de folha de pagamento no setor de transporte de carga; e reserva de 30% do transporte da carga da Conab para motoristas autônomos.
Uma nova reunião de avaliação da situação de restabelecimento da normalidade em todo o País, após publicação das Medidas Provisórias no Diário Oficial extra na noite de ontem, atendendo também às reivindicações dos caminhoneiros autônomos, será realizada no Palácio do Planalto, a partir das 10h desta segunda-feira. As primeiras avaliações do governo, nesta manhã, são de que ainda não deu tempo de todos os caminhoneiros tomarem conhecimento das decisões do governo - e, por isso, não teriam dado início à desmobilização.
Às 9h28 desta segunda, o dólar á vista subia a R$ 3,7025 (+1,06%). O dólar futuro de junho avançava a R$ 3,7030 (+1,41%).