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Dólar recua a R$3,90 após BC anunciar leilão de linha

Às 10:19, o dólar recuava 0,35 por cento, a 3,9039 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior com a maior alta desde junho, a 3,9175 reais

O dólar operava em queda nesta terça-feira e chegou a operar abaixo de 3,90 reais (Ian Waldie/Reuters)

O dólar operava em queda nesta terça-feira e chegou a operar abaixo de 3,90 reais (Ian Waldie/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de novembro de 2018 às 09h19.

Última atualização em 27 de novembro de 2018 às 10h57.

São Paulo - O dólar operava em queda nesta terça-feira e chegou a operar abaixo de 3,90 reais, após o Banco Central anunciar leilão de 2 bilhões de dólares em linha - venda com compromisso de recompra - para tentar aliviar a pressão altista de final de ano, período em que comumente empresas enviam recursos ao exterior.

Às 10:19, o dólar recuava 0,35 por cento, a 3,9039 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior com a maior alta desde junho, a 3,9175 reais, maior valor desde 2 de outubro. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1,10 por cento.

"É de amplo conhecimento a tendência do BC em realizar leilões de linha no fim do ano, quando empresas costumam remeter recursos ao exterior... De todo modo, não dá para negar uma 'relação' entre o movimento de ontem no câmbio e o anúncio do BC", escreveu a corretora H.Commcor em relatório nesta terça-feira, ao ponderar que muitos consideram o anúncio do BC "uma sinalização da autoridade àqueles que -teoricamente- estariam forçando um movimento para 'além dos fundamentos'".

A alta da véspera foi influenciada por uma série de fatores. Além do movimento tradicional de remessa de recursos ao exterior no final do ano por empresas multinacionais, houve a zeragem de posições vendidas e nervosismo com o exterior.

Essa influência externa se mantém nessa sessão, patrocinada por declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que espera seguir em frente com o aumento de tarifas sobre 200 bilhões de dólares em importações chinesas, o que jogou um balde de água fria sobre o otimismo vigente diante do encontro dele com o presidente da China, Xi Jinping no G20, no final da semana.

"O envolvimento ativo de Trump no G20 implica muita incerteza. As expectativas para a reunião são exageradas. O conflito comercial entre os EUA e a China provavelmente não será resolvido. O melhor cenário é que não haverá novas tarifas, mas as existentes não serão removidas tão cedo", trouxe a corretora dinamarquesa Nordea Markets em relatório.

Em meio ao pessimismo comercial, o dólar subia ante a cesta de moedas e se aproximava da máxima em duas semanas, mas recuava ante boa parte das divisas emergentes, como o peso mexicano e o rublo.

Os investidores aguardavam discursos de dirigentes do Federal Reserve nesta sessão, entre eles o vice-chairman do Fed, Richard Clarida, que pode dar pistas sobre a trajetória dos juros. Na quarta-feira, a ata do último encontro do banco central dos EUA pode ser mais clara nesse sentido e gera expectativa nos agentes.

Internamente, as atenções seguem voltadas para a equipe do novo governo e, especificamente nesta sessão, à votação do projeto de lei de cessão onerosa no Senado, já adiada anteriormente, e que pode ajudar o novo governo a fazer o ajuste fiscal.

O Banco Central fará nesta terça-feira leilão de linha com oferta de 2 bilhões de dólares em novos contratos, com vencimento em 4 de fevereiro e 6 de março de 2019. Em dezembro, vencem outros 1,250 bilhão de dólares em linha e o BC ainda não se pronunciou se fará ou não rolagem.

A autoridade também realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de dezembro, no total de 12,217 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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