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Após pico na abertura, dólar volta para os R$ 4,15

Às 11:53, o dólar avançava 0,14 por cento, a 4,1591 reais na venda, depois de fechar a véspera praticamente estável

Dólar operava com leves oscilações ante o real nesta quarta-feira (Gary Cameron/Reuters)

Dólar operava com leves oscilações ante o real nesta quarta-feira (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de setembro de 2018 às 12h11.

Última atualização em 5 de setembro de 2018 às 12h15.

São Paulo - O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta quarta-feira, com o mercado ainda cauteloso com a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros e turbulências enfrentadas por países emergentes, além do quadro eleitoral doméstico.

Às 11:53, o dólar avançava 0,14 por cento, a 4,1591 reais na venda, depois de fechar a véspera praticamente estável. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,05 por cento.

"Após Argentina, Turquia e África do Sul, agora a Indonésia também entra no radar do mercado", escreveu o estrategista de multimercados da gestora Icatu Vanguarda, Dan Kawa. "Tudo isso é apenas sintoma do mesmo problema, ou seja, a redução global de liquidez."

A rúpia caiu para o seu nível mais fraco desde a crise financeira asiática de 1998, fechando em 14.930 por dólar nesta sessão. As ações caíram mínimas em quase dois anos e os preços dos títulos também recuaram.

A moeda tinha um dos piores desempenhos emergentes da Ásia, com os investidores despejando ativos à medida que as taxas dos Estados Unidos sobem e em meio ao medo de contágio de crises na Argentina e na Turquia.

A Argentina vem sofrendo fortes turbulências e crise econômica, levando o governo a buscar adiantar recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O dólar passou a cair ante uma cesta de moedas, depois de subir mais cedo em meio a temores de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possa intensificar a guerra comercial com a China ao impor tarifas sobre mais importações chinesas.

Internamente, o cenário eleitoral mantinha a cautela dos investidores, diante da indefinição sobre a chapa petista à Presidência da República. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na madrugada do último sábado com base na Lei da Ficha Limpa.

Na decisão, a Justiça deu prazo até o dia 11 de setembro para o PT escolher um substituto para a cabeça de chapa. Fernando Haddad é o plano B do PT e deverá assumir este papel.

Com isso, a divulgação de pesquisas eleitorais previstas para esses dias foram postergadas. O Ibope fez uma consulta ao TSE após realizar uma "adequação" que retirou da pesquisa o cenário com Lula. E o Datafolha, que divulgaria levantamento nos próximos dias, resolveu suspendê-lo e fazer outro para publicar na próxima segunda-feira.

O mercado vê o PT como menos comprometido com as contas públicas. Como Lula lidera todas as pesquisas de intenção de votos, os investidores temem que sua exposição maior dê força à transferência de votos a Haddad.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 1,635 bilhão de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vence em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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