(halduns/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 5 de outubro de 2020 às 09h24.
Última atualização em 5 de outubro de 2020 às 17h28.
O dólar fechou em queda 1,76% e encerrou o pregão desta segunda-feira sendo negociado a 5,566 reais na venda. Esta foi a primeira vez em dez dias que a moeda americana fechou abaixo de 5,60 reais. O movimento acompanhou a desvalorização da moeda americana no mundo, com os investidores otimistas com a recuperação do presidente americano, Donald Trump, que testou positivo para o coronavírus na sexta-feira, 2.
O estado de Donald Trump chegou a alarmar os investidores, com a necessidade de receber oxigênio. Mas a situação foi contornada e o presidente deve ter alta ainda nesta segunda, reduzindo as incertezas que tomaram o mercado na sexta-feira. No Twitter, Trump afirmou que passa bem, se sentindo melhor do que há 20 anos.
Além da aparente melhora de Trump, os dados econômicos também contribuíram para o tom positivo nos mercados, com os índices de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) de setembro saindo acima das expectativas nos Estados Unidos, na Zona do Europa e nos principais países do continente.
O destaque ficou com os PMIs composto e de serviços do Reino Unido, que ficaram em 56,5 pontos e 56,1 pontos, respectivamente, bem acima dos 50 pontos que delimitam a expansão da contração da atividade econômica. Mas, ainda que melhor que o esperado, o PMI de serviços da Zona do Euro ficou em apenas 48 pontos indicando piora em relação ao mês anterior. Nos Estados Unidos, os principais índices de atividade também ficaram acima dos 50 pontos, em linha com a expectativa de recuperação econômica.
No exterior, o dólar se desvalorizou contra a maioria das principais moedas emergentes. Já o índice Dxy, que mede o desempenho da moeda americana contra seus pares desenvolvidos, tem sua maior queda em uma semana, apontando para o enfraquecimento global dó dólar.
No ambiente interno, o apaziguamento da tensão entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que acertar as arestas em encontro articulado por parlamentes, adiciona alguma tranquilidade aos negócios. Mas as incertezas sobre a condução fiscal permanecem.
“[A política] fiscal está bastante deteriorada, com a tentação de o governo fazer o que necessário for para romper o teto orçamento com ações sutis e comprometedoras, parecendo ser uma questão de tempo e refinamento da criatividade”, escreveu em relatório Sidnei Nehme, economista e diretor NGO corretora de câmbio.