Mercados

Dólar sobe ante real com cautela com cena eleitoral; exterior alivia

Às 10:27, o dólar avançava 0,74 por cento, a 4,1112 reais na venda, depois de registrar a mínima de 4,0623 reais

Dólar: moeda era negociada em 4,11 reais (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

Dólar: moeda era negociada em 4,11 reais (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 28 de agosto de 2018 às 09h35.

Última atualização em 28 de agosto de 2018 às 10h36.

São Paulo - O dólar recuperou as perdas registradas no início do pregão e voltou a operar na casa dos 4,11 reais nesta terça-feira, com a cautela diante das incertezas com o cenário eleitoral doméstico predominando no mercado.

Às 10:27, o dólar avançava 0,74 por cento, a 4,1112 reais na venda, depois de registrar a mínima de 4,0623 reais. Na máxima, chegou a atingir 4,1158 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,6 por cento.

A moeda fechou a sessão anterior a 4,0812 reais depois de cair 0,57 por cento, em um movimento favorecido pelo acordo comercial entre Estados Unidos e México que ainda promovia a busca pelo risco no exterior nesta terça-feira.

Esse bom humor chegou a pesar sobre a moeda norte-americana contra o real no início do dia, mas perdeu força no mercado doméstico diante da apreensão eleitoral.

"Se o cenário externo não estivesse favorável, o dólar aqui estaria ainda mais pressionado. Há muita coisa pela frente",avaliou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, referindo-se às eleições.

Na véspera, o Supremo Tribunal Federal (STF) informou que analisará em julgamento virtual em setembro um recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra uma decisão do plenário da corte que negou habeas corpus ao petista no início de abril.

Está previsto ainda para esta terça-feira o julgamento, pela primeira turma do STF, de denúncia que pode tornar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) réu por racismo e manifestação discriminatória contra quilombolas, indígenas e refugiados.

Embora não haja qualquer tipo de impedimento à candidatura de Bolsonaro à Presidência caso se torne réu, a situação amplia a cautela dos investidores devido a um cenário de insegurança jurídica.

Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto no cenário em que Lula não está na disputa, também seguirá no foco uma vez que dará entrevista ao Jornal Nacional, um dia depois de Ciro Gomes (PDT) ter inaugurado o ciclo de conversas.

No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas e se mantinha próximo da mínima de um mês após o pacto entre EUA e México para reformular o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). A moeda norte-americana também perdia valor ante a maioria das divisas de países emergentes, como o peso chileno.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de setembro, no total de 5,255 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Acompanhe tudo sobre:DólarEleições 2018Mercado financeiroNafta

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado