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Dólar tem leve queda ante real com temores sobre cenário político

Às 10:20, o dólar recuava 0,23%, a 3,2376 reais na venda, depois acumular alta de mais de 2,5 por cento nos últimos dias

Dólar: placar da votação na Câmara indica menor apoio político a Temer (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: placar da votação na Câmara indica menor apoio político a Temer (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 10h33.

São Paulo - O dólar tinha leve queda ante o real nesta quinta-feira, com o placar da votação na Câmara dos Deputados indicando menor apoio político a Michel Temer, o que mantinha a cautela do mercado mesmo após a segunda denúncia contra o presidente ser barrada.

Às 10:20, o dólar recuava 0,23 por cento, a 3,2376 reais na venda, depois acumular alta de mais de 2,5 por cento nos últimos dias. O dólar futuro era negociado com baixa de cerca de 0,10 por cento.

"Estou pessimista quanto à reforma da Previdência, o máximo que pode ser aprovado é uma reforma intraconstitucional", afirmou o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

A Câmara dos Deputados rejeitou a segunda denúncia contra Temer na noite passada, mas sinalizou, com o placar abaixo do esperado pelo governo e a demora de parlamentares da base em marcar presença na votação, que o Planalto deve encontrar dificuldades para tocar sua agenda.

Para analistas ouvidos pela Reuters, de modo geral, o placar da votação agora --251 votos, contra 263 votos na primeira denúncia-- indica o esgotamento do capital político do governo, o que complica o já difícil cenário para aprovação de reformas, como a da Previdência.

O cenário externo também estava no foco dos mercados nesta sessão, com expectativa sobre a escolha do novo chair do Federal Reserve, banco central norte-americano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vinha dizendo que ainda avaliava três nomes: o diretor do Fed Jerome Powell, o economista da Universidade de Stanford John Taylor e a atual chair do Fed, Janet Yellen.

Taylor é visto como mais conservador pelos mercados e sua escolha pode significar mais altas dos juros pelo Fed. Juros mais elevados nos EUA tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados ao redor do mundo, o que pode resultar em fluxo de saída de capitais do Brasil.

Nesta manhã, no entanto, saíram notícias de que Yellen estaria fora da disputa e, assim, apenas Powell e Taylor estariam no radar ainda de Trump.

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