Dólar: o dólar recuou 0,08%, a 3,4189 reais na venda, segunda queda seguida, acumulando perdas de 0,64% (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de novembro de 2016 às 17h16.
Última atualização em 17 de novembro de 2016 às 17h23.
São Paulo - O dólar fechou com ligeira baixa nesta quinta-feira, longe das mínimas do dia com mais apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, elevará em breve os juros do país, o que tende a atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.
O cenário externo acabou amortecendo parte da atuação do Banco Central brasileiro, que continuou atuando no mercado de câmbio após as fortes e recentes altas do dólar.
O dólar recuou 0,08 por cento, a 3,4189 reais na venda, segunda queda seguida, acumulando perdas de 0,64 por cento. O dólar futuro registrava leve alta de cerca de 0,05 por cento no final desta tarde.
Na mínima do dia, o dólar chegou a 3,3876 reais e, na máxima, a 3,4290 reais.
A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos não alterou em nada os planos do Federal Reserve, banco central norte-americano, de aumentar a taxa de juros "relativamente em breve", disse nesta sessão a chair do Fed, Janet Yellen, em depoimento no Congresso que incluiu a promessa de cumprir o seu mandato.
Foi a primeira manifestação pública de Yellen após a vitória de Trump, acrescentando que o Fed mudaria sua perspectiva se necessário, conforme a nova administração lançasse planos para, talvez, cortar impostos em centenas de bilhões de dólares e fazer gastos governamentais adicionais.
Ela também sugeriu que o novo governo tenha em mente que os EUA estão perto do pleno emprego e a inflação pode estar aumentando.
Além disso, importantes indicadores econômicos nos Estados Unidos foram divulgados mais cedo, reforçando ainda mais a visão de uma política monetária mais apertada.
O Fed se reúne novamente em dezembro, com as apostas majoritárias do mercado de que elevará os juros.
Pela manhã, o dólar chegou a marcar 1 por cento de queda frente ao real influenciado pelos leilões de swap tradicional, equivalente à venda futura de dólares, pelo BC.
"O BC entrou pesado ontem e avisou que repetiria o movimento hoje", comentou o operador da Ouro Minas Corretora, Maurício Gaioti.
"Mas o mercado está respeitando o nível de 3,40 reais e, quando vai abaixo, atrai compradores", completou.
O BC vendeu todos os 10 mil novos contratos de swap tradicional e também todos os 20 mil para rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro.
"O BC deve continuar por mais alguns dias com o leilão de swap com novas ofertas, a moeda (norte-americana) segue em patamar elevado", comentou um profissional de um banco nacional.
Entre os dias 9 e 14 deste mês, o dólar saltou quase 9 por cento sobre o real com forte onda de aversão ao risco após a eleição de Trump.
Investidores acreditam que a sua política econômica pode ser inflacionária, o que pressionaria o Fed a elevar ainda mais os juros, aumentando a possibilidade de atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.