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Dólar tem leve alta com investidor atento ao cenário político

O presidente negou que vá renunciar e o mercado acredita que uma saída para estancar a crise política se dará justamente com a cassação no TSE

Dólar: "O mercado está sensível, cauteloso e volátil e deve ficar assim até ter um desfecho (para a crise política)" (Reprodução/Thinkstock)

Dólar: "O mercado está sensível, cauteloso e volátil e deve ficar assim até ter um desfecho (para a crise política)" (Reprodução/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 25 de maio de 2017 às 17h34.

São Paulo - O dólar terminou a quinta-feira em leve alta ante o real com os investidores atentos à cena política, um dia depois que protestos violentos contra o presidente Michel Temer e as reformas fiscais em andamento no Congresso ocorreram em Brasília e após o governo conseguir aprovar medidas provisórias na Câmara.

O dólar avançou 0,12 por cento, a 3,2830 reais na venda, depois de marcar a máxima de 3,295 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,40 por cento.

"O mercado está sensível, cauteloso e volátil e deve ficar assim até ter um desfecho (para a crise política)", comentou um operador de uma corretora local.

O governo Temer enfrenta uma forte crise política desde que o presidente virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, investigação aberta com base em acordo de delação fechado por Joesley Batista, do grupo JBS. O presidente teve uma conversa gravada pelo empresário.

O presidente negou que vá renunciar e o mercado acredita que uma saída para estancar a crise política se dará justamente com a cassação da chapa, com a substituição de Temer por um nome de consenso, que conseguirá dar andamento às votações das reformas estruturais, sobretudo a da Previdência, considerada fundamental para a continuidade do ajuste fiscal.

"Todo o mundo está esperando o 6 de junho", comentou o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, ao destacar a data prevista para a votação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer formada para a disputa eleitoral de 2014.

Na quarta-feira, em mais uma tentativa de tentar mostrar força, o governo conseguiu aprovar medidas provisórias na Câmara, depois que partidos de oposição abandonaram o plenário em protesto contra a decisão de Temer de autorizar a presença de militares para garantir a ordem em Brasília em meio aos protestos violentos.

"Por mais que a dificuldade seja extrema, o governo está dando os últimos sopros no sentido que o mercado quer, o que gera uma certa tranquilidade", avaliou o operador da Ourominas Corretora Maurício Gaioti.

Na véspera, a moeda abandonou a trajetória de baixa e passou a subir justamente por causa da incerteza que os protestos trouxeram aos agentes.

"Ações como as de ontem assustam os investidores que optam pelo refúgio naqueles ativos que representam mais segurança em momentos de crise aguda", justificou a corretora Correparti em comentário matinal.

O Banco Central vendeu nesta quinta-feira mais um lote de 8 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares--, completando 3,2 bilhões de dólares da rolagem do vencimento de junho, que totaliza 4,435 bilhões de dólares.

No exterior, o dólar operava em baixa ante uma cesta de moedas, mas passou a subir ante algumas divisas de emergentes, como o peso mexicano, diante da fraqueza dos preços do petróleo.

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