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Dólar tem leve alta ante real com realização de lucros

O dólar avançou 0,30 por cento, a 3,1038 reais na venda, interrompendo uma sequência de sete quedas seguidas

Dólar: na mínima do dia, a moeda marcou 3,0795 reais (iStock/Thinkstock)

Dólar: na mínima do dia, a moeda marcou 3,0795 reais (iStock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 17h39.

São Paulo - Depois de operar praticamente toda a segunda-feira em queda e ir a 3,07 reais na mínima, o dólar acabou atraindo compradores e encerrou o dia com leve alta ante o real, com um movimento de realização de lucros.

O dólar avançou 0,30 por cento, a 3,1038 reais na venda, interrompendo uma sequência de sete quedas seguidas. Neste período, acumulou baixa de 2,17 por cento.

Na mínima do dia, a moeda marcou 3,0795 reais, menor nível intradia desde os 3,06 reais de 21 de março. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.

"A moeda tem uma forte resistência no patamar de 3,08 reais. Muitos investidores acabaram aproveitando os níveis para comprar", justificou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.

Até então, o dólar cedia ante o real em meio ao maior apetite global pelo risco e ao ambiente político doméstico mais favorável. Também favoreceu a prisão de Joesley Batista, do grupo J&F, com a interpretação dos investidores de que isso deve fortalecer o presidente Michel Temer para enfrentar nova eventual segunda denúncia contra ele.

"Os mercados que já haviam relegado o assunto (nova denúncia contra Temer) a segundo plano, esperam que o episódio seja resolvido o mais breve possível a fim de permitir ao governo que avance na agenda das reformas", afirmou em relatório a Correparti Corretora.

No fim de semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou a prisão temporária e a suspensão dos benefícios da colaboração firmada pelos delatores da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud. A delação dos executivos da J&F serviu de base para a apresentação da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Fachin afirmou que os elementos apresentados por Janot, que pediu a prisão dos executivos, indicam que os delatores entregaram provas de maneira "parcial e seletiva". Fachin, contudo, negou pedido para deter o ex-procurador da República Marcelo Miller.

Com isso, o mercado passou a acreditar que são cada vez maiores as chances de que uma segunda denúncia de Janot contra Temer, que provavelmente será apresentada nesta última semana do procurador no cargo, será recebida de forma esvaziada pela Câmara dos Deputados.

Diante desta perspectiva, o mercado aumentou as apostas de que o governo conseguirá avançar com a reforma da Previdência.

"Passada a TLP e a meta fiscal com relativa folga, a tendência agora é de uma tentativa do governo de aproveitar o contexto político favorável para avançar novas pautas e entrar 2018 praticamente incólume em termos de agenda e aguardando o resultado das mudanças econômicas", comentou a gestora Infinity em relatório.

No exterior, a perda de força do furacão Irma, que até terça-feira pode se tornar uma tempestade tropical, e a calmaria na Coreia do Norte, que não fez nenhum teste nuclear no final de semana, favoreceram o clima mais tranquilo nesta segunda-feira.

O dólar, assim, subia ante uma cesta de moedas, e operava misto ante divisas de emergentes, em alta ante o peso chileno, mas em queda ante o peso mexicano e a lira turca.

O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Em outubro, vencem 9,975 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

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